“Antes que te esqueças de mim” faz referência a uma fotografia de Adelaide Khaled, com o mesmo nome. Na fotografia estão presentes os avós do designer, num retrato que foi tirado com a intenção de captar uma última vez a essência de alguém, que devido à Alzheimer, se iria inevitavelmente esquecer dos seus.
O “antes que” e o “depois de”, quando, ao já não se ter algo, nos vemos obrigados a recorrer às memórias, por vezes no formato de roupa. Abrir o armário antigo e encontrar os cardigans de malha comidos das traças, sacudir-lhes o pó e sentir nas mãos os fios de lã desbotada, com cheiro a alfazema. A velha lata de bolachas cheia de botões, o dourado gasto da Singer junto à janela da marquise, as agulhas de tricô guardadas na gaveta dos naperons, tudo isso invoca memórias, invoca pessoas e a sua história. Esta coleção é uma ode aos que já não estão presentes, mas também aos que ainda nos rodeiam, como quem diz, “não me esqueço de ti.”
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