O nome de Filipe Cerejo foi anunciado pelo presidente do júri do Sangue Novo, Miguel Flor, no final do desfile das coleções dos cinco finalistas desta edição do concurso destinado a finalistas de cursos superiores de Design de Moda de escolas nacionais e internacionais e jovens ‘designers’ em início de carreira.
Filipe Cerejo, que nasceu há 24 anos no Porto, mas vive atualmente em Londres, venceu o prémio principal, atribuído pela ModaLisboa em parceria com a escola italiana Polimoda, com a coleção “Do you feel the rush yet?”. O prémio consiste num mestrado em Design de Moda ou em Design de Coleção, mais uma bolsa de 3.500 euros.
Para este jovem, vencer o prémio principal do Sangue Novo pode ter “muitíssima” importância na carreira. “Além de poder explorar mais acerca de mim mesmo, é continuar a aprender, porque o que eu gosto mais é de aprender, porque é isso que faz de nós bons designers e boas pessoas”, disse à Lusa, no final do desfile.
Filipe Cerejo começou há sete anos a estudar moda, em Portugal. Quando terminou o curso, mudou-se para Londres, onde começou a explorar o que faz hoje.
“Tenho trabalhado para empresas de ‘fast fashion’, para ganhar experiência na área e perceber como é que grandes empresas fazem sucesso. E acho que é por isso que consigo misturar as duas partes - comercial e conceptual - nas minhas coleções”, disse.
Apesar de ter apresentado uma coleção de ‘menswear’ (roupa masculina), Filipe Cerejo sente que “hoje em dia as coisas começam a ficar sem género”.
“Quanto mais mente aberta tivermos, mais percebemos que qualquer peça pode ser usada tanto por homens como por mulheres. Quero que as pessoas vejam as minhas peças e pensem ‘eu quero usar aquilo’, independentemente de serem homens ou mulheres”, partilhou.
Nas peças que cria tem também uma grande preocupação com a sustentabilidade. Para criar a coleção que apresentou esta sexta-feira fez uma parceria “com uma empresa de denim”, que faz ‘upcycling’ (reutilização e reciclagem de materiais), além disso tenta “sempre reutilizar botões, forros de coleções passadas”.
“Tudo o que possa fazer para não ter desperdícios”, afirmou, acrescentando que, nesta coleção, há “malhas sustentáveis, denim e materiais de coleções passadas, trabalhados de outra forma”.
Os outros dois prémios do concurso Sangue Novo, um atribuído pelo público, no valor de 1.500 euros, e um outro, em parceria com a Tintex Textiles, que se traduz numa residência de três semanas naquela empresa mais uma bolsa de dois mil euros, distinguiram a coleção “I had a flashback of something that never existed”, de Maria Clara.
Na final do concurso competiram ainda Ivan Hunga Garcia, Maria Curado e Veehana.
Os cinco finalistas tinham sido selecionados na edição passada, em março, entre 10 participantes.
Esta sexta-feira, na ModaLisboa, além das coleções dos concorrentes do Sangue Novo, foram apresentadas as coleções de Duarte, Béhen e Kolovrat.
Para sábado, estão agendados os desfiles de Cravo Studios, Inês Manuel Baptista, Filipe Augusto, Luís Buchinho, Buzina, Ricardo Andrez, Olga Noronha, Luís Carvalho e Hibu. No mesmo dia é ainda apresentada a coleção de Saskia Lenarts, mas ‘online’.
A 58.ª edição da ModaLisboa, organizada pela Associação ModaLisboa em pareceria com a Câmara Municipal de Lisboa, termina no domingo com Constança Entrudo, Nuno Gama, Carolina Machado, Carlos Gil, Gonçalo Peixoto, Valentim Quaresma e Dino Alves.
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