A mostra "Naomi: In Fashion", que será inaugurada no próximo sábado, dia 22 de junho, percorre os 40 anos de carreira desta modelo nascida em Londres em 1970.
Aos 54 anos, Naomi Campbell continua a desfilar nas passerelles, como fez recentemente para a marca Burberry.
A exposição exibe dezenas de looks que marcaram a história da moda através de uma das maiores estrelas da era top model da década 1990.
Quando criança, Naomi imaginava-se como bailarina, assim como a sua mãe. Mas aos 15 anos, um agente descobriu-a após sair da escola em Londres.
Dois anos depois, já havia aparecido em diversas capas de revista de moda e desfilado em Nova Iorque, Milão e Paris.
O estilista francês Yves Saint Laurent teria usado toda a sua influência para que Naomi Campbell aparecesse na capa da revista Vogue.
O designer de alta costura "ajudou mulheres negras e mudou o rumo da minha carreira", conta a supermodelo britânica, citada num cartaz que acompanha um vestido de penas que usou no desfile outono-inverno de 1987, o primeiro que fez para a YSL.
"Aura e química"
A ideia do renomado museu de arte V&A de dedicar uma exposição à modelo tornou-se na primeira do tipo a ter Campbell como inspiração.
"A aura incomparável de Naomi Campbell e a sua química são lendárias no mundo da moda", afirma a curadora da exposição, Sonnet Stanfill, considerando-a como "uma fonte de inspiração".
Para montar a mostra, Stanfill conversou com a top model durante horas. "Ela tem uma memónria incrível. Lembra-se com quem estava quando vestia determinada roupa", acrescenta a curadora.
A modelo britânica conseguiu encontrar no seu acervo pessoal acessórios, fotografias, roupas e até bilhetes de avião entre Londres e Nova Iorque.
As marcas de moda também emprestaram peças para a exposição.
A mostra tem uma seção dedicada ao estilista Azzedine Alaia, falecido em 2017, com quem Naomi viveu desde os 16 anos quando estava em Paris e a quem chamava de "pai". O designer encontrou inspiração no que chamou de "corpo perfeito" de Campbell.
O museu também expõe capas de revistas com a sua imagem, bem como vídeos dos seus desfiles.
Entre os looks exibidos, destaca-se o idealizado pela estilista Vivienne Westwood, usado por Naomi em 1993, com sapatos plataforma de pelo menos 15 centímetros de altura. A modelo caiu na passerelle, sem perder o sorriso, numa imagem que rodou o mundo.
Também era conhecida devido à sua personalidade forte. Em 2007, foi condenada a cinco dias de serviço comunitário em Nova Iorque por atirar o telemóvel a um dos seus colaboradores.
Em 1998, integrou um grupo que fazia campanha para que as modelos negras recebessem o mesmo salário que as suas colegas de outras etnias. Desde então, a diversidade conquistou as passerelles.
A exposição termina com conselhos de Campbell sobre como "andar como Naomi" e uma passarelle para que os visitantes possam praticar.
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