Tom Ford acaba de anunciar publicamente a criação do primeiro relógio de luxo do mundo integralmente feito com plástico recolhido dos oceanos. Para produzir um modelo, são necessárias 35 garrafas, o que significa que, por cada mil unidades vendidas, foram recuperados 222,26 quilos de plástico do mar. Segundo as estatísticas, todos os anos vão parar aos oceanos mais de 8.000.000 de toneladas desse material. Os cientistas avisam que, se nada for feito até lá, em 2050 haverá mais plástico do que peixe no mar.
"Esse é um dos grandes problemas dos dias de hoje e, se os peixes continuarem a morrer [por causa da poluição], teremos um grande problema em mãos", afirma o estilista norte-americano de 59 anos, que também anunciou, nas últimas horas, a criação do prémio Tom Ford Plastic Innovation Prize, uma iniciativa que visa distinguir anualmente, nos próximos cinco anos, projetos de proteção e sensibilização ambiental, atribuindo-lhes um valor pecuniário de um milhão de dólares, cerca de 850.000 euros.
Ao instituir este prémio, Tom Ford pretende, numa primeira fase, estimular a criação de um material sustentável que possa ser produzido em larga escala para substituir o forro plastificado que atualmente é usado em inúmeros acessórios de moda. Nos últimos anos, além de ter deixado de utilizar palhas de plástico, o estilista e realizador também passou a usar apenas garrafas de água de vidro. O novo relógio foi desenvolvido em parceria com o 52HZ, o departamento consultivo da associação ambientalista Lonely Whale.
O primeiro vencedor será anunciado apenas em 2022. "Terá de ser uma solução real que possa ser massificada, desenvolvida e produzida", esclarece Tom Ford. "Todo este processo tem sido muito educativo para mim e estou convencido que encontraremos uma alternativa a esse material", confidencia o designer americano, atualmente à frente do Council of Fashion Designers of America, organismo que reúne os estilistas dos EUA. O relógio ecológico desenvolvido pelo criador custa 995 dólares, cerca de 840 euros.
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