É no século XII que vamos encontrar o antepassado do bombom que atualmente ingerimos. Naturalmente, naquela época, sem o acrescente guloso do cacau que só mais tarde seria introduzido na Europa por via marítima, desde as américas. O bombom encerra, assim, uma longa história e com alguns momentos de glória. Foi deleite de reis e rainhas, privilégio de burgueses, preciosidade de confeitaria, tratada com honras de joia.
Aos poucos, o bombom, cujo termo foi cunhado nos idos de 1604, foi encaminhado para as mãos de verdadeiros artesãos da cozinha, então enriquecido com os novos produtos que chegavam de além-fronteiras. Foi coberto com chocolate e adocicado com o açúcar. Ao sabor do tempo foram-se compondo os restantes ingredientes, que constituem a receita base de todos os bombons: xarope de glucose, leite, goma-arábica, as amêndoas e as avelãs, a gordura vegetal, os frutos, o mel e a manteiga.
Aos poucos, o bombom, cujo termo foi cunhado nos idos de 1604, foi encaminhado para as mãos de verdadeiros artesãos da cozinha, então enriquecido com os novos produtos que chegavam de além-fronteiras.
Já os antigos já se entregavam ao fabrico de algumas guloseimas à base de frutos, mel ou sementes perfumadas com âmbar ou canela. É a partir do século XII, e principalmente do século XIII, que o bombom, próximo daquele que hoje comemos, nasce. Contribuiu para tal a chegada à Europa da cana-de-açúcar, trazida do Oriente pela mão dos Cruzados.
Os catálogos de receitas da época começaram a incluir as primeiras fórmulas para fabricar os bombons, chamavam-lhe os gingembraz, o pomidolin e o diadragam. Isto em doces que conquistavam um número crescente de adeptos.
Em França, o século XIV é uma das grandes épocas da doçaria, nomeadamente dos pastéis-de amêndoas e de frutos, do açúcar de maçã, do maçapão e do pignolat. Faz-se igualmente um grande consumo de épices de chambre, envolvidos em açúcar, que se chupam no final das refeições, supostamente como forma de facilitar a digestão.
O valioso chocolate tornou-se numa quase peça de ourivesaria. Interdito ao povo, era um presente de reis e rainhas, uma obra de confeitaria delicadamente trabalhada, envolta em bomboneiras
O bombom é ainda, nesta época, considerado um produto de boticário e de grande luxo. Contribuía para tal a introdução na sua confeção de um outro produto, altamente estimado e valorizado, trazido das américas pelos conquistadores espanhóis: o cacau, depois feito chocolate, a antiga e amarga bebida dos imperadores aztecas, tornada num alimento doce, já em terras europeias. Também o bombom, coberto pelo valioso chocolate, se tornou numa quase peça de ourivesaria. Interdito ao povo, era um presente de reis e rainhas, uma obra de confeitaria delicadamente trabalhada, envolta em bomboneiras que empregavam muitas horas do labor de artesãos.
A democratização do bombom com a Revolução Industrial
Os Confeitos, à base do grão de erva-doce, coberto de açúcar e a Pralina amêndoa confeitada, são guloseimas que datam do Renascimento, onde a moda do bombom é mantida entre as classes altas por Francisco I e Henrique IV, ambos monarcas franceses.
Faltava, contudo, pouco tempo para o bombom, “esse pitéu celestial”, se democratizar. Paris, cidade sempre aberta a modas e à novidade, torna as suas confeitarias em lugares de encontro para a burguesia rica. Uma moda análoga à dos cafés, menos dada contudo aos diletantes e intelectuais, e mais ligada a um certo vazio de ideias.
Paris, cidade sempre aberta a modas e à novidade, torna as suas confeitarias em lugares de encontro para a burguesia rica.
Existiam verdadeiros viciados nas castanhas glacés, nas pastilhas, rebuçados, frutos cristalizados e chupa-chupas.
O bombom, mais uma vez, preparava-se para uma evolução empurrado pelos progressos na arte culinária e na alimentação em geral. A produção de açúcar, tão dependente das exportações provenientes das Antilhas, veria nascer, pelas mãos de B. Delessert, um “irmão” no Velho Continente. Tratava-se do açúcar de beterraba, pelo qual Napoleão I se apaixonou e fez a tradicional Europa gostar. Com este novo produto, o bombom ganha uma popularidade e diversifica-se, sob os nomes mais fantasistas.
É também por esta época que nascem os bombons de licor. Uma benção para os defensores acérrimos deste e de outros acepipes doces, que não se escusavam a defender as suas virtudes sociais. A este propósito, diz uma monografia de 1887: “o pequeno bombom compreende as pastilhas de mel, bem como as caixas-surpresas, as serpentes com assobio, o lendário cachimbo de açúcar, o cisne de chocolate, o pau de alcaçuz, enfim, todas as doçarias que tenham por finalidade garantir a tranquilidade das amas e dos pais”.
O século XIX e os seus ares viciados da Revolução Industrial traz as primeiras fábricas de bombons e o consumo massifica-se.
Atualmente os Estados Unidos são os principais produtores de bombons e, a Grã-Bretanha surge como país onde o consumo médio é mais forte. Em França, onde cada habitante consome, em média cerca de 3 kg de bombons por ano, os principais centros de fabrico concentram-se no Norte e na região parisiense
Entre os principais produtos de confeitaria fabricados atualmente, são os bombons de açúcar cozido que ocupam o primeiro lugar.
Imagem cedida por Freepik
Comentários