Chaleira elétrica (1923)
A filha do radiador elétrico
Em 1893, na Feira Mundial de Chicago, uma cozinha elétrica modelo, na época apresentada com honras de ficção científica, incluía uma chaleira. A novidade, a fonte de calor era a eletricidade. O elemento de aquecimento, constituído por fios condutores, envolvidos em esmalte, era semelhante ao sistema apresentado um ano antes, em 1892, para os radiadores elétricos.
Trinta anos após a apresentação da primeira chaleira elétrica, o inventor inglês, Arthur Leslie, incorporou um elemento interno que ficava totalmente imerso na água, o que vinha reduzir substancialmente o tempo de fervura.
Em 1931 o fabricante de chaleiras Walter Henry Bulpitt elevou a chaleira elétrica para um novo patamar de segurança. O aparelho passava a contar com uma válvula de segurança ejetável, desligando-o da corrente caso aquecesse demais.
Tempos perigosos as décadas pioneiras da eletricidade.
Torradeira com ejeção automática
Tem um século esta menina
Até ao século XX, o pão era torrado na extremidade de um garfo comprido, espevitando-o frente ao lume. Em 1909 as primeiras torradeiras elétricas foram vendidas na cidade de Nova Iorque. Comercializaram-nas o gigante da indústria, a General Electric Company, casa fundada por Thomas Edison o pai da lâmpada elétrica incandescente. Aos olhos do presente, olhamos para esta torradeira com admiração. Recorda-nos uma pequena central de eletricidade com capacidade de instalação numa cozinha.
Corria 1913 quando um inventor norte-americano, Lloyd Groff Copeman patenteou a torradeira que permitia torrar ambos os lados de um pão sem lhe tocar. Por sua vez, a mãe de todas as torradeiras com ejeção automática nascia em 1921. Inventou-a outro norte-americano, Charles Strite.
Termo
A obsessão de um inventor escocês
A disponibilidade para um chá ou café quentinhos horas após conhecerem a fervura é uma conquista do século XIX. Em 1892, Sir James Dewar, físico escocês, a laborar em Cambridge, Inglaterra, inventava um recipiente, a garrafa térmica que evitava as trocas de calor entre o interior e o exterior do recipiente. No caso vertente, Dewar criou o seu frasco para conservar soluções químicas a temperatura constante.
Seria já no século XX, mais precisamente em 1904, que o termo, decorrente da palavra grega thermos (calor), veria adaptação doméstica.
Panela de pressão
E o mundo tornou-se mais rápido no século XVII
O inventor do principio das atuais panelas de pressão, Denis Papin, foi igualmente um dos pioneiros do motor a vapor. Em 1697, o físico francês, fez a demonstração em Londres de uma marmita a vapor, um recipiente com tampa hermeticamente fechada, aumentando a pressão no interior e o ponto de ebulição da água.
O princípio da marmita a vapor foi durante muito tempo usado na indústria. Nas cozinhas apareceria no século XX, centúria que assistiu à introdução das panelas de pressão para uso doméstico, nos Estados Unidos da América. Muitos fabricantes começaram a produzir as panelas de pressão após a Segunda Guerra Mundial, com argumentos ainda hoje válidos: economia de tempo e de combustível.
Alimentos congelados
E a história começa na pesca
Clarence Birdseye, um inventor e industrial norte-americano tinha aquela qualidade que pode fazer a diferença entre ter ou ficar aquém do sucesso. Clarence era muito observador. Nos anos de 1920 não lhe passou ao lado o facto do peixe capturado pelos Índios do inóspito território do Labrador, congelar assim que retirado da água. Meses mais tarde, quando eram submetidos ao calor, os peixes conservavam as suas qualidades. Estavam frescos e saborosos.
Em 1924, Birdseye funda uma empresa em Gloucester, no estado do Massachusetts, para produção de alimentos congelados por arrefecimento rápido. Em 1929, Clarence vende a fábrica que, um ano mais tarde, lança no mercado ervilhas, espinafres, framboesas, entre outras frutas e vegetais, assim como peixe e carne congelados.
Já no final da década de 30, chegam ao mercado os primeiros alimentos congelados previamente cozinhados.
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