“Como diretor da 'Revista de Vinhos' sinto-me reconfortado pelo carinho com que o setor retribui o nosso trabalho. Neste momento de celebração da excelência portuguesa nesta área fica evidente que o país tem muitos bons pretextos para encarar o futuro com otimismo. A ‘Revista de Vinhos’, diariamente no online, semanalmente na rádio e televisão e mensalmente nas bancas, continuará a comunicar o trabalho abnegado de quem ousa fazer melhor. Esse é o nosso compromisso” afirma Nuno Guedes Vaz Pires, diretor da “Revista de Vinhos” e fundador da Essência, Co, no momento que antecedeu a entrega dos prémios.
No que respeita aos galardões, Juan Carlos Escotet, banqueiro hispano-venezuelano que fundou o Banesco e é CEO do Abanca, que detém o grupo Sogevinus Fine Wines (insígnias Kopke, Burmester, Cálem e Barros), foi distinguido com o prémio “Personalidade do Ano no Vinho”, pelo trabalho e investimentos já operados e em concretização, no Douro e em Vila Nova de Gaia.
João Rodrigues, proprietário do restaurante Canalha, antigo chef do estrelado Feitoria e mentor do projeto itinerário Residências, foi distinguido “Personalidade do Ano na Gastronomia”. João Roquette, irmão dos também produtores José (Esporão) e Jorge (Quinta do Crasto) Roquette, foi considerado “Personalidade do Ano no Brasil”, pelo trabalho desenvolvido em prol dos vinhos portugueses naquele país, ao leme da Qualimpor.
João Portugal Ramos, de quem se diz ser o criador do moderno Alentejo vitivinícola, foi destacado com o prémio “Homenagem” em reconhecimento pelos 43 anos de carreira, efetivados na recuperação e projeção contemporânea do Alentejo a partir dos anos 80 e pela visibilidade externa dos vinhos portugueses.
Czar 2014, vinho licoroso sui generis da ilha do Pico, Açores, elaborado por Fortunato Garcia a partir de dois hectares com as castas Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico instalados na Criação Velha, obteve a distinção “Vinho do Ano”. A tricentenária Quinta da Alorna, em Almeirim, região do Tejo, há cinco gerações na esfera da família Lopo de Carvalho, conquistou o título “Produtor do Ano”.
A Barbeito, produtor de Vinhos Madeira e tranquilos madeirenses, liderada por Ricardo Diogo Freitas, foi a eleita na categoria “Produtor de Vinhos Fortificados do Ano”. Também das ilhas, mas desta feita do arquipélago dos Açores, na ilha do Pico, a Azores Wine Company, projeto criado há uma década e liderado por António Maçanita e Filipe Rocha, conquistou a distinção “Produtor Revelação do Ano”.
A Falua, empresa nascida no Tejo, mas que hoje se dissemina pela região dos Vinhos Verdes e Douro, integra o universo Roullier e tem em Antonina Barbosa e Rui Rosa as figuras-chave, é “Empresa do Ano”, enquanto o título de “Marca do Ano” foi atribuído ao Muralhas de Monção, ‘blockbuster’ da Adega Cooperativa de Monção e ícone da região dos Vinhos Verdes.
Luís Cabral de Almeida, enólogo da Sogrape que lidera a alentejana Herdade do Peso mas que passou por outras propriedades da multinacional portuguesa, como Quinta de Carvalhais, no Dão, e Finca Flichman, em Mendoza, Argentina, foi considerado “Enólogo do Ano” e Mariana Salvador, a trabalhar na Textura Wines, no Dão, bem como no projeto pessoal de vinhos Revela, recebeu a distinção “Enólogo Revelação do Ano”.
Restaurantes, Inovação e Serviço
Ricardo Morais, que coordena o serviço de vinhos do grupo JNcQUOI, foi considerado “Sommelier do Ano”. A Garage Wines ficou com o sublinhado de “Loja/Garrafeira do Ano”. O “Enoturismo do Ano” foi atribuído às Caves Niepoort, projeto liderado por Beatriz Machado, e a cidade de Viseu foi considerada “Destino Gastronómico do Ano”.
O prémio “Inovação/Investigação do Ano” sublinhou o trabalho do consórcio PreVineGrape, que reúne Deifil Technology, Sogrape, João Nicolau de Almeida & Filhos, IPB e ADVID. A distinção “Distribuidor do Ano” elegeu a Garrafeira Soares, que agrupa quase 30 lojas e mais de 300 colaboradores no Algarve, Alentejo e cidade do Porto.
O Ferrugem, espaço famalicense do chefe Renato Cunha, ganhou o prémio “Restaurante do Ano”, enquanto que o jovem Nelson Feitas, que oficia no lisboeta Fifty Seconds, venceu a promissora categoria “Chef Revelação do Ano”. Localizada em Santarém, a Lanscape Farm obteve o galardão de “Produtor Artesanal do Ano” pelas práticas sustentáveis e pela agricultura de paisagem que pratica.
A chef Marlene Vieira, (assim mesmo, com vírgula, numa alusão ao trabalho de equipa), do restaurante Marlene, em Lisboa, foi eleita “Chef de Cozinha do Ano”, e o também lisboeta Rocco, do The Ivens Hotel, onde estava outrora instalada a histórica sede da Rádio Renascença, granjeou a distinção de “Melhor Serviço de Vinhos”.
A “Revista de Vinhos” atribuiu ainda o prémio Homenagem ao produtor e enólogo João Portugal Ramos. A par disso entregou os diplomas aos 30 “Vinhos Excelência” eleitos pelos provadores da publicação e distinguiu o tinto duriense Papa Figos 2020 da Sogrape Vinhos como “Compra do Ano”.
Realizados desde 1996, “Os Melhores do Ano” são tidos pelo setor como os “óscares do vinho e da gastronomia” em Portugal. São ainda o destaque da edição de fevereiro da Revista de Vinhos, em banca a partir deste sábado, dia 10 de fevereiro.
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