Uma inquietação constante, uma maior dificuldade em respirar e o coração a bater aceleradamente, como se quisesse saltar do peito. E o stresse, sempre o stresse. Em tempos de pandemia, confinamento e isolamento social, sintomas como os acima descritos podem ser mais recorrentes.

Apesar da inexistência de soluções milagrosas capazes de erradicarem o stresse de uma vez por todas, existem alguns pequenos gestos que, quando implementados com consistência e consciência, podem ajudar as pessoas a melhor gerirem estes estados de ansiedade que, por estes dias, são mais frequentes.

São disso exemplo as práticas de ioga. "O ioga é a ciência da acalmia da mente, esse é o objetivo final desta prática", diz Filipa Veiga, professora de ioga e coach de ayurveda.

A diminuição do stresse é, precisamente, um dos principais benefícios associados à prática regular de ioga, comprovados pela comunidade médica e científica. "Há uma diferença notória em quem pratica yoga: a vida ganha uma leveza e uma suavidade que antes não existia. As preocupações e ansiedades perdem peso e cultiva-se um sentido positivo da vida", aponta Filipa Veiga.

"No meu livro "Yoga-me: A Arte de Abrir o Coração" tenho uma frase que gosto muito de usar, e que é: 'Se praticas ioga uma vez por semana mudas o teu corpo, se praticas duas vezes por semana mudas os teus pensamentos, e se praticas todos os dias mudas a tua vida".

Para Filipa Veiga, todas as posturas de ioga ajudam a aliviar a ansiedade, "porque todas praticam a presença da mente através da respiração", conta. "O segredo é estar presente, e não estar a pensar no que vem nem no que passou. Quem está no passado está depressivo e quem está no futuro fica ansioso, mas quem está presente está em si, no seu centro."

Filipa Veiga
Filipa Veiga créditos: Filipa Veiga

3 posturas de ioga para experimentar em casa

Filipa Veiga sugere três posturas simples de recriar em casa.

Ananda Balasana

Postura do bebé feliz

Deite-se no tapete de yoga de barriga para cima. Estique as pernas, de modo a ficarem perpendiculares ao chão. Afaste-as e dobre os joelhos. Agarre a parte externa dos pés e, gentilmente, direcione os joelhos como se quisesse chegar com eles ao chão. Permaneça na posição durante 10 respirações, não deixando que as nádegas se elevem do chão.

Baddha Konasana

Postura do alfaiate

Esta é uma das melhores posturas de abertura de ancas. Sente-se com as pernas esticadas à sua frente — pode elevar a pélvis com a ajuda de um cobertor dobrado. Dobre os joelhos e traga os calcanhares na direção da pélvis. Una as plantas dos pés. Depois, suavemente, deixe cair para os lados os joelhos.

Muito importante nesta postura é nunca forçar os joelhos, empurrando-os para baixo. Inspire, e com a coluna direita, desça na direção dos pés, expirando. Quando sentir que chegou ao seu limite, relaxe a cabeça. Mantenha a pélvis numa posição neutra e permaneça aí nessa posição por, pelo menos, 10 respirações.

Se sentir algum desconforto nos joelhos, coloque um bloco ou uma almofada por baixo de cada um. De seguida, inspire, levante os joelhos longe do chão, e estenda as pernas de volta à sua posição original.

Ustrasana

Postura do camelo

Ajoelhe-se no chão, com os joelhos à largura das ancas, e as coxas perpendiculares ao chão. Gire as coxas para dentro, ligeiramente, e empurre-as para a frente à medida que sobe o peito e o inclina para trás. Faça esta descida consciente, de forma a que o espaço na lombar seja mantido. Procure os calcanhares, agarre-os e descubra mais espaço nas ancas, trazendo-as ainda mais para a frente. Deixe a cabeça descair para trás, suavize os glúteos e faça cinco respirações nesta posição.