O sono pode ser definido como um período de repouso para o corpo e a mente, na qual a consciência entra numa suspensão temporária da atividade percetivo-sensorial e motora voluntária.
Trata-se de uma necessidade fisiológica tão importante como comer, beber ou respirar, devendo ser respeitada como tal, onde ocorre o restabelecimento bioquímico do corpo e a reorganização da estrutura emocional, através dos sonhos.
Estima-se que em Portugal, de acordo com alguns estudos, 28,1% da população com mais de 18 anos de idade sofra de insónia, pelo menos três noites por semana, o que pressupõe uma intervenção cuidada e especializada.
No contexto clínico, a insónia como um distúrbio do sono, chega fortemente associada à ansiedade.
O sono, como um mecanismo de suspensão da consciência, torna o indivíduo mais vulnerável aos perigos. Neste pressuposto, a qualidade do sono está intrinsecamente relacionada com a perceção do perigo de cada um. Logo, alguém com uma perturbação de ansiedade, onde o medo é a sua principal emoção, estará mais focado na sua proteção e reação às agressões, não se permitindo o “desligar” da sua consciência e não cumprindo os pressupostos de uma boa noite de sono.
Neste sentido, e segundo o Modelo Psicoterapêutico HBM, destacamos dois tipos de insónia:
- Insónia Relativa: quando o excesso de ansiedade/medo não permite a suspensão total do consciente, onde os sonhos são vívidos, e o alerta para barulhos e sensações é recorrente. Acordamos cansados e desgastados, tendo despendido energia em experiências que nos preocupam, ao invés de nos reequilibrarmos bio-psico-emocionalmente.
- Insónia Absoluta: onde de facto não dormimos de todo e onde o ato de dormir está fortemente comprometido com uma experiência traumática de sono. Por exemplo, a vivência de um ataque de pânico durante o sono, onde o mesmo é visto com uma experiência a evitar, criando consequentemente ansiedade extrema e resistência ao sono.
A intervenção especializada, particularmente a Psicoterapia HBM, tem por princípio o diagnóstico e intervenção nas causas do problema, tornando o indivíduo consciente do mesmo, eliminando a ansiedade latente.
As explicações são de Nádia Neiva, Psicoterapeuta na Clínica da Mente.
Comentários