Faltam cada vez menos semanas. Conto um dia de cada vez e por vezes caio na armadilha de contar hora a hora, minuto a minuto.
O tempo torna-se um doce inimigo, onde a privação de comida e cansaço extremo dão azo às mais tristes ideias, tal como ceder perante o sofrimento físico e psicológico.
Foi uma semana em que decidi tratar dos pormenores que são mais “pormaiores” da minha primeira competição fora de Portugal.
A viagem está comprada e isso retira-me um pouco do stress que uma competição internacional exige. Prendo-me agora em aspetos técnicos desta aventura tais como que cor usar, presença de palco (poses), hotel, inscrição na prova, etc…
Mas vamos à parte técnica da minha semana de preparação:
A nível de alimentação não houve alterações significativas, mantive os níveis calóricos e de macronutrientes das semanas anteriores. Não que seja assim tão positivo, visto que a fome aumenta e quando estamos em restrição calórica por várias semanas o nosso cérebro observa os alimentos de outra forma, tudo nos parece delicioso, independente de gostarmos ou não!
Embora seja muito comum e com bons resultados já apresentados, não faço ciclos de hidratos de carbono. Mantenho-os estáveis ao longo da semana! Para mim é uma forma de estar mais estável com a dieta também.
Em relação ao treino, como acordado com o meu preparador físico os níveis de intensidade deveriam aumentar. Cargas, protocolos de desgaste muscular, tempo de execução, diminuindo por sua vez os tempos de descanso.
Pelo planeamento, o treino cardiovascular esta semana esteve parado permitindo-me tirar mais rendimento do treino de pesos.
Para conseguir algum rendimento extra, consumo alguns suplementos essenciais intra treino.
Nesta fase do dia não dispenso os aminoácidos/Bcaa´s, glutamina, creatina e os hidratos de carbono. Os primeiros três como forma de iniciar a recuperação muscular assim que se inicia o desgaste do treino e, os últimos dois como forma de potenciar a energia necessária a intensidades elevadas.
Sinto que esta área da minha preparação foi alcançada de forma bastante positiva esta semana, sendo a parte mental a mais afetada.
O dispêndio psicológico inerente a uma preparação para competição é elevadíssimo, ignorar isso é como ignorar uma peça fundamental deste objetivo que se quer maior sempre. É um percurso cheio de obstáculos, vicissitudes e frustrações, e que só é superado se tivermos uma força mental superior e coerente.
Essa força impede que desistamos, que apesar de colocarmos tudo em causa, continuamos a treinar e a fazer dieta.
Esta semana foi uma semana desafiante, em que me senti eu contra eu mesmo. Numa luta entre a debilidade mental, física e a certeza que é isto que eu quero e, vou conseguir levar até ao fim seja qual for o desfecho.
É neste preciso momento que vou ao fundo de mim mesmo e busco força como já fiz noutras alturas.
Aquela pequena reserva de força mental que me serve para dar impulso ao meu sonho. Tudo isto me é familiar e mais uma vez eu afasto-me de sentimentos auto sabotadores e lamentações, afinal esta é a minha escolha.
No final sairei muito mais forte e resiliente, fazendo prova a mim mesmo, que tudo o que eu preciso neste momento reside em mim e no apoio de quem acredita em mim.
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