Sei que se está a tornar um hábito começar esta rúbrica pela questão do tempo, mas o tempo é tudo o que não se tem mas, ao mesmo tempo parece que nos sobra quando temos uma sessão de cardio para cumprir.
É de facto, o que temos de mais inevitável. Ele passa e com ele a minha competição está a menos de um mês.
Como sempre começarei pela parte técnica do meu treino prescrito pelo treinador Carlos Silva:
A gordura encontra-se já numa percentagem baixa, o nosso corpo não está preparado para lidar com tão pouca gordura, não é confortável e exige mais esforço. Assim, a letargia foi uma constante esta semana. Optou-se por não incluir exercício cardiovascular. Mantive o meu treino nas seis sessões por semana como tem sido até aqui.
No que diz respeito à alimentação o treinador voltou a baixar o nível calórico, reduzindo os hidratos de carbono para 150 gr, agravando obviamente ainda mais o cansaço. Para compensar este facto, foi introduzido um dia de refeed, um carb up.
Quando estamos em dieta, com calorias reduzidas, baixamos também drasticamente a nossa taxa metabólica e alguma produção hormonal, como é o caso da leptina, responsável pela queima de gordura, que fica inibida (isto em traços muito gerais).
Torna-se importante repor os níveis hormonais e dar um “abanão” ao nosso metabolismo, através de uma maior ingestão calórica. Atenção que isto pode ser confundido com uma cheat meal, embora a intenção seja idêntica. A grande diferença está na ingestão de alimentos mais limpos, com maior densidade nutritiva.
Escusado será dizer que se tornou o meu grande objetivo semanal, poder assim chegar á “aquele” dia e poder sentir mais saciedade. (Qualquer ajuda psicológica é bem vinda!)
Mais uma vez, apesar de todo o cansaço físico foi o cansaço psicológico que mais me afetou. Na semana passada referi a tendência auto sabotadora que se instaura quando psicologicamente somos mais desafiados.
Um exemplo desta tendência é o facto de levar mais ou menos quarenta minutos desde que entro no ginásio até começar de facto a treinar. O treino é sempre regido por ansiedade na sua antecipação. Vou-me tornando cada vez mais lento até de facto ter condições psicológicas para o iniciar.
Mas, apesar disto consegui cumprir com a minha agenda de treinos, tendo protagonizado muito boa qualidade, dada a alimentação nesta fase da competição.
Depois de algumas preparações, era esperado que se tornassem mais suaves mas, de facto isso não é assim, porque mesmo sem intenção criamos expectativas sobre nós e para nós e, mais uma vez instaura-se o “o eu contra eu”. Porque o corpo quer parar mas o cérebro esse, nunca pára! No entanto, refina-se o gosto de apreciar a jornada.
Porque sabemos que cada dia não será em vão! Um dia é o aparecimento de mais uma veia que ontem não estava ali, ou daquele pequeno musculo que finalmente dá o ar da sua graça. A transformação física torna-se assim uma paixão.
Todo o sofrimento inerente a esta opção. é ressarcido em larga escala quando subimos ao palco e sabemos que demos tudo o que tínhamos e podíamos para estar no nosso melhor.
O que é incompreensível para tantos é totalmente reconhecido por poucos.
Sei que a minha preparação se irá agudizar mais, por isso é importante encontrar um ponto de equilíbrio, esta será a minha tarefa esta semana. Aumentar ainda mais a motivação e, perceber que isto é apenas uma fase e, que devo estar feliz por ter a oportunidade de a fazer.
Tiago Santos
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