Apesar de carregar o legado do nome Piquet – é filha do tricampeão de fórmula 1 Nelson Piquet e da modelo holandesa Sylvia Tamsma -, Kelly Piquet construiu o seu caminho fora do mundo desportivo.

Formada em Relações Internacionais, começou a sua carreira na área da moda, tendo trabalhado como jornalista em publicações de renome como Vogue e Marie Claire ao longo dos anos, fez diversos trabalhos como modelo e ainda trabalhou como gestora de redes sociais da Formula E. Mas foi junto das redes sociais e do digital que encontrou o seu lugar.

A transição para a carreira de influenciadora, que começou há oito anos, foi natural e uma forma de canalizar parte da atenção mediática que sempre pautou a sua vida para algo bom e positivo. “Quando nascemos com esta exposição quase que é normal”, afirma.

Se há quem tenha estratégias cuidadosamente planeadas por uma equipa de marketing para crescer no digital, Kelly Piquet não se enquadra nesse perfil. No seu caso tudo aconteceu de forma orgânica e sem ajuda de ninguém. “Antes de postar penso ‘Vai agregar? É necessário? Vai deixar alguém feliz?’ No fim tem de ter mais feeling porque demonstra um lado mais humano”, explica sobre a forma como faz a gestão das suas redes sociais.

Publicar por publicar nunca foi – nem deve ser – um objetivo. ‘O que queres expressar?’, ‘Como te queres expressar?’, ‘Queres ser apenas um perfil ou uma marca?’ são algumas das perguntas que qualquer pessoa deve fazer a si mesma antes começar neste mundo da influência.

Com dois milhões de seguidores no Instagram, Kelly Piquet diz que na altura de fazer negócios prefere parcerias de longo prazo do que colaborações pontuais. A explicação é simples. A modelo considera que poder trabalhar com a mesma marca durante um ano, por exemplo, permite-lhe construir uma relação de maior proximidade e desenvolver um storytelling que a vai ajudar a ganhar credibilidade junto da sua comunidade.

“As marcas têm de compreender a história das pessoas antes de lhes enviarem propostas”, diz,  explicando que, neste mundo, é vital nunca abrir mão da autenticidade por nada nem por ninguém: “O público é inteligente. Ele sabe quando uma coisa não é autêntica.”

A influenciadora refere que devido ao elevado número de pessoas que, todos os dias, acompanham a sua vida online, tem uma grande responsabilidade em mãos. “Eu penso mais nos jovens que estão a assistir, principalmente as meninas, e que não se sintam menos [do que ninguém] porque uma pessoa está a mostrar uma vida perfeita online.”

Apesar de ser uma figura pública, sempre tentou “limitar e controlar ao máximo” a exposição das duas filhas, Penelope, de 5 anos, e Lily, de poucos meses e fruto do relacionamento com o piloto Max Verstappen, que só mais recentemente começaram a aparecer no Instagram. “Demorei muito tempo até a levar a uma corrida”, referindo-se à filha mais velha.

A conferência termina com Maria Cerqueira Gomes a fazer aquela que, para si, era uma pergunta que a audiência do ICON queria saber. Qual é o melhor piloto de Fórmula 1? “O meu pai”, responde de sorriso no rosto.