No universo da Cirurgia Plástica, o rejuvenescimento íntimo feminino emergiu como um tópico de crescente interesse e importância. Com o desenvolvimento de novas tecnologias não invasivas, as mulheres têm agora acesso a uma variedade de opções cirúrgicas e não cirúrgicas para melhorar a aparência da região íntima e o funcionamento do pavimento pélvico.
Como qualquer outra parte do corpo, a região íntima também passa por processos naturais de envelhecimento e mudanças hormonais durante a gravidez e o parto, que podem acelerar as mudanças estéticas e funcionais.
Estas tecnologias inovadoras vêm complementar os tratamentos cirúrgicos ou podem ser aplicadas individualmente, com o objetivo de reverter os sinais de envelhecimento e abordar problemas funcionais como a disfunção do pavimento pélvico, incontinência urinária e redução da satisfação sexual. Representam um avanço considerável no campo do rejuvenescimento íntimo, proporcionando alternativas menos invasivas e de recuperação mais rápida para mulheres que procuram resolver queixas tanto estéticas como funcionais.
Técnicas minimamente invasivas, como a radiofrequência, surgem como alternativas viáveis às tradicionais. A radiofrequência utiliza um mecanismo bipolar de corrente eletromagnética para enviar energia aos tecidos sob a forma de calor, até atingir temperaturas pré-determinadas e controladas. Este processo controlado de energia ativa a uma cascata inflamatória que aumenta a produção de colagénio e elastina, estimula a neovascularização local e resulta numa remodelação e rejuvenescimento dos tecidos, de forma progressiva e mantida ao longo do tempo.
A radiofrequência assume-se como uma tecnologia inovadora que permite reverter o envelhecimento dos tecidos e recuperar características estruturais e funcionais perdidas, bem como uma remodelação superficial e profunda da mucosa vaginal, recuperando a sua estrutura e aproximando a mucosa vaginal pós-menopausa do seu estado pré-menopausa.
Habitualmente, existem três protocolos especializados não invasivos para tratar essas mudanças na região íntima e no pavimento pélvico, ao longo das diferentes etapas da vida da mulher, designados por Femiva Lábios, Femiva Vaginal e Femiva Pélvico.
A hipertrofia dos pequenos lábios, é uma preocupação comum, que pode estar presente desde a puberdade, surgir como resultado da gravidez e parto, ou aparecer após a menopausa. A sua redução está indicada quando existem queixas de desconforto físico, irritação causada pelo atrito com roupas e/ou durante atividades físicas ou a atividade sexual, ou aquando da existência de preocupações estéticas. Este procedimento é realizado no consultório, sob anestesia local, e pode ser combinado com outros tratamentos.
Por outro lado, a perda de volume e firmeza nos grandes lábios, uma marca do envelhecimento, pode ser tratada através da realização de enxerto de gordura, preenchimento com ácido hialurónico ou com a utilização de tecnologias como a radiofrequência e microagulhamento, por forma a melhorar a qualidade e elasticidade da pele e a aumentar o seu volume.
A atrofia vaginal é um problema que afeta muitas mulheres, causando sintomas como secura vaginal, prurido (comichão), dispaurenia (dor durante a relação sexual), infeções urinárias e corrimento. As alterações físicas e hormonais secundárias à gravidez, parto e menopausa, podem levar à perda de tonicidade da parede vaginal, diminuição da sensibilidade e da satisfação sexual e incontinência urinária. A radiofrequência bipolar fracionada com microagulhamento que atua ao nível da mucosa vaginal e da musculatura pélvica, realiza um aumento da tonicidade local, com estreitamento do canal vaginal e melhoria da sensibilidade e satisfação sexual. Para além disso, também permite resolver queixas de incontinência urinária ligeira a moderada. Em casos mais severos, pode ser realizada uma vaginoplastia cirúrgica que permite recuperar a estrutura e integridade do pavimento pélvico e reduzir o diâmetro do canal vaginal, muitas vezes associada à realização de uma perineoplastia, ou seja, à reconstrução cirúrgica do introito vaginal.
A integração de tecnologias de electroestimulação nos protocolos de tratamento otimiza os resultados ao recuperar a força dos músculos pélvicos e abdominais. A electroestimulação intravaginal é utilizada de forma preventiva ou terapêutica e com o objetivo de reeducar os músculos do pavimento pélvico tratando a incontinência urinária e a hiperlaxidez local. A electroestimulação dos músculos da parede abdominal pode ser utilizada de forma preventiva no pós-parto ou como complemente ao fortalecimento do pavimento pélvico quando já existem queixas funcionais.
Realizados convenientemente no consultório, esses protocolos inovadores permitem um retorno precoce à vida quotidiana. Ao abordar queixas estéticas e funcionais, estes tratamentos capacitam as mulheres a cuidarem da sua saúde íntima e melhorar o seu bem-estar físico, emocional e sexual, sem comprometer o seu estilo de vida ativo.
Um artigo da médica Rita Meireles, Cirurgiã Plástica na Up Clinic.
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