"As primeiras queixas de Doença Venosa Crónica podem facilmente ser confundidas e percecionadas como normais, sendo, na maioria das vezes, desvalorizadas. Importa assim salientar que a sensação de pernas pesadas, cansadas e com dor, pernas e tornozelos inchados, comichão, dormência nas pernas e cãibras noturnas são os principais sinais e sintomas desta doença e que não devem ser desconsiderados", diz Joana Ferreira, médica especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular.
"À mínima suspeita, devem procurar um profissional de saúde", alerta a médica que frisa que é preciso olhar pela saúde das pernas.
Segundo a especialista, é fundamental saber reconhecer e avaliar os sintomas e sinais da Doença Venosa Crónica (DVC), uma patologia, por vezes, incapacitante e pouco valorizada na sua fase inicial.
Em Portugal, a DVC afeta 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, sendo preocupante que uma grande maioria das pessoas afetadas não procure ajuda médica.
De acordo com a médica, é igualmente recomendável estar alerta aos sinais visíveis nas pernas. Esta patologia afeta as paredes e válvulas das veias das pernas e dificulta a circulação do sangue para o coração e, por isso, pode manifestar-se através do aparecimento de derrames, varizes, edema e pigmentação cutânea.
O diagnóstico tardio pode afetar a qualidade de vida dos doentes, com um impacto social e económico significativo. Calcula–se que a DVC é responsável por um milhão de dias de trabalho perdidos, por 21% de mudanças nos postos de trabalho e 8% das reformas antecipadas, em Portugal.
O tratamento adequado e atempado é essencial. Neste sentido, os doentes devem recorrer à ajuda médica sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC. O diagnóstico é simples, podendo numa consulta médica serem investigados aspetos relacionados com a doença. Segue-se um exame físico, onde se procuram sintomas e sinais da doença, podendo nesta fase ser utilizado um Doppler portátil ou um eco-Doppler, para identificar a presença de refluxo ou potencial oclusão venosa.
O tratamento depende da presença e gravidade dos sintomas e deve ser adaptado caso a caso, podendo incluir medicamentos venoativos, compressão elástica, bem como intervenções cirúrgicas.
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