De acordo com Adrian Bejan, Professor de Engenharia Mecânica na Universidade de Duke (Carolina do Norte, EUA), esta aparente discrepância temporal pode ser atribuída à velocidade cada vez menor em que as imagens são obtidas e processadas pelo cérebro humano à medida que o corpo envelhece.

"As pessoas costumam surpreender-se com o quanto se lembram dos dias que pareciam durar para sempre na juventude", disse Bejan. "Não é que as suas experiências fossem muito mais profundas ou significativas, a realidade é que estavam a ser processadas muito mais rapidamente“.

O investigador atribui este fenómeno às mudanças físicas no envelhecimento do corpo humano. À medida que “teias” emaranhadas de nervos e neurónios amadurecem, elas crescem em tamanho e complexidade, levando a caminhos mais longos para os sinais atravessarem. À medida que estes caminhos começam a envelhecer, eles também se degradam, oferecendo mais resistência ao fluxo de sinais elétricos.

Estes fenómenos fazem com que a proporção de novas imagens mentais adquiridas e processadas diminua com a idade. Isto é evidenciado pela frequência com que os olhos dos bebés se movem em comparação com os dos adultos, observou Bejan, porque os bebés processam imagens mais rapidamente que os adultos, os seus olhos movem-se com mais frequência, adquirindo e integrando mais informações.

O resultado final é que, como as pessoas mais velhas visualizam menos imagens novas na mesma quantidade em tempo real, parece que o tempo está a passar mais rapidamente.

“O presente é diferente do passado, porque a visão mental mudou. Os dias pareciam durar mais durante a sua juventude porque a mente jovem recebe mais imagens durante um dia do que a mesma mente na velhice”, conclui o investigador.

A teoria foi publicada online a 18 de março na revista European Review e divulgada na Science Daily.