“Em janeiro de 2023 aguardavam em LIC [lista de espera cirúrgica] um total de 9.925 utentes, o que corresponde a um aumento de 1,8% (mais 173 utentes), face ao mês anterior. Quando comparado com o mesmo período homólogo (janeiro de 2022), verifica-se uma diminuição de 5,9% (menos 627 utentes)”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.
O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior da região, era o que concentrava mais doentes em lista de espera para cirurgia (6.180) no final de janeiro, seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.529 utentes, e o Hospital da Horta (HH), na ilha do Faial, com 1.216 utentes.
Os três hospitais registaram um aumento de utentes em lista de espera face ao mês anterior, tendo a maior subida percentual ocorrido no Hospital da Horta (6%).
Já em comparação com janeiro de 2022, apenas o hospital de Ponta Delgada verificou uma descida (14,6%), enquanto o HSEIT (12,8%) e o HH (13,3%) aumentaram a lista de espera.
Também o número de propostas cirúrgicas em espera nos Açores (há utentes que estão inscritos para várias cirurgias) aumentou em janeiro, face ao mês anterior (2%), totalizando 11.100.
A maior subida em termos percentuais, em relação a dezembro, registou-se igualmente no Hospital da Horta (6%), mas os três hospitais aumentaram as propostas em lista de espera e apenas o HDES registou uma descida face ao período homólogo (17,3%).
Segundo o relatório, o tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores, no final de janeiro, era de 368 dias (um ano e três dias), menos 15 do que em dezembro e menos 118 do que no período homólogo.
Os três hospitais baixaram os tempos médios de espera, mas foi o de Ponta Delgada que registou a maior descida, baixando para 399 dias, menos 18 do que no mês anterior e menos 153 do que em janeiro de 2022.
As três unidades de saúde apresentavam um tempo médio de espera acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
O Hospital da Horta é o que mais se aproxima desse número (275 dias), enquanto o da ilha Terceira apresenta um tempo médio de espera de 336 dias.
Pouco mais de metade das cirurgias realizadas em janeiro nos Açores (52,7%) ocorreram dentro do TMRG, ainda assim, mais do que as realizadas em dezembro (51,6%).
As três unidades hospitalares aumentaram essa percentagem, sendo o Hospital da Horta o que mais cumpriu esse critério (84,3%) e o de Ponta Delgada o que menos cumpriu (37,7%).
A produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores aumentou em janeiro, mês em que foram realizadas 890 cirurgias.
“Estes valores representam um incremento de 15% (mais 116 cirurgias), face ao mês anterior. Também na comparação com o mesmo mês do ano 2022, regista-se um aumento de 1,8%, ou seja, mais 16 cirurgias realizadas”, lê-se no boletim informativo.
O maior acréscimo percentual, face a dezembro, ocorreu no HSEIT (18,1%), que realizou 267 cirurgias, enquanto o HDES realizou 483 (mais 15%) e o HH 140 (mais 9,4%).
Apesar do aumento da produção cirúrgica, o número de propostas entradas também aumentou, tendo-se registado um total de 1.366, mais 69,9% do que em dezembro e mais 45% do que no período homólogo.
Os três hospitais registaram um aumento de novas propostas, com o da Horta a verificar a maior subida percetual face a dezembro (77,3%).
O número de cirurgias canceladas em janeiro (304) foi quase o dobro do verificado em dezembro (155), mais 96,1%.
Com 197 cancelamentos, o HDES foi o hospital que registou a maior subida (116,5%) e apenas o HH reduziu as cirurgias canceladas, apresentando 23, menos uma (4,2%) do que em dezembro.
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