A nova nomenclatura segue as diretrizes acordadas entre a OMS e as agências internacionais que exigem que a mesma não faça referência a uma localização geográfica, nem animal, indivíduo ou grupo de pessoas. As regras da OMS também ditam que o nome deve ser pronunciável e tenha alguma relação com a doença.
"Ter um nome é importante para impedir o uso de outros nomes que podem ser imprecisos ou estigmatizantes", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. O anúncio foi feito pelo próprio diretor da OMS em conferência de imprensa e nas redes sociais.
O novo nome foi escolhido por ser "fácil de pronunciar", mas sem referência "estigmatizante" a um país ou a uma população em particular, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. COVID-19 lê-se da seguinte forma: "C-O-V-I-D-UM-NOVE".
O nome nasce do acrónimo em inglês da expressão "doença por corona vírus" - corona virus disease. Cientistas, investigadores e peritos de saúde pública estão a partir de hoje em Genebra (Suíça) num fórum de dois dias para debater formas de controlar e lidar com o surto do novo coronavírus detetado na China. A reunião, que junta investigadores, peritos e responsáveis de saúde, foi convocada pela OMS, pretende coordenar os esforços para encontrar respostas para a nova epidemia.
"Aproveitar o poder da ciência é fundamental para controlar este surto. Há respostas de que precisamos e ferramentas que temos de desenvolver o mais rapidamente possível. A OMS está a desempenhar um papel de coordenação, reunindo a comunidade científica para identificar prioridades de pesquisa e acelerar o progresso", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa declaração escrita.
Na reunião, que decorre entre hoje e quarta-feira, os participantes vão discutir vários temas, como a identificação da fonte do vírus ou a partilha de amostras biológicas e sequências genéticas.
Mais de mil mortos confirmados
De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, o número total de mortos nas últimas 24 horas subiu para 1.016. O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas. O novo coronavírus foi detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas.
As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China. A Comissão Europeia ativou no dia 28 o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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