Um comité de especialistas do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Assistência (NICE) diz que os médicos cujos pacientes desejem parar de tomar antidepressivos devem reduzir a dose dos seus medicamentos em etapas para diminuir o risco e a gravidade dos sintomas de abstinência.
De acordo com um novo documento, os serviços de atendimento comunitário devem trabalhar com os pacientes para concordar num plano de tratamento. A ideia é que a retirada faseada das doses de antidepressivos ajude a controlar os sintomas de abstinência.
Cerca de um em cada seis (16%) britânicos adultos sofrem de depressão moderada a grave, segundo o gabinete de estatísticas oficiais do Estado. Só em Inglaterra, foram prescritos 21,4 milhões de medicamentos antidepressivos entre julho e setembro de 2022, de acordo com dados nacionais.
Dados do Serviço Nacional de Saúde inglês - o NHS - frisam que as prescrições de antidepressivos atingiram um recorde histórico em 2022, com 8,3 milhões de pessoas a tomar este tipo de medicamentos em Inglaterra, escreve a BBC.
As novas recomendações do NICE salientam que a redução escalonada dos medicamentos ajudam a reduzir os efeitos da abstinência e a dependência a longo prazo do medicamento.
O documento salienta que quaisquer sintomas de abstinência devem estar resolvidos ou ser toleráveis antes de se avançar para a próxima redução de dose.
"Estas não são novas recomendações para a forma como a depressão é tratada, mas é um documento que descreve as principais áreas de atendimento que o NICE acredita que podem ser melhoradas", comenta Allan Young, diretor do Centro de Distúrbios Afetivos do King's College London, citado pelo jornal Guardian.
Paul Chrisp, diretor do centro de recomendações do NICE, refere: "Há milhões de pessoas a tomar antidepressivos. Se um indivíduo decidir que deseja parar de tomar este medicamento, deve ser ajudado pelo seu médico de família ou equipa de saúde mental para fazer isso da maneira mais segura e apropriada".
"Em muitos casos, as pessoas experimentam sintomas de abstinência, e o tempo que demora a abandonar essas drogas com segurança pode variar".
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