O número de beneficiários de subsídios de doença continua a aumentar desde 2014: só no ano passado registaram-se 132 mil baixas a mais do que em 2018. Segundo as contas da TSF, que avança a notícia, em 2019 foram registados 1,8 milhões de certificados médicos de incapacidade para o trabalho, ou seja, o número mais alto desde que começaram os registos há 19 anos .

A Confederação Empresarial de Portugal pede mais fiscalização à Segurança Social e "atenção redobrada aos médicos", porque há indícios de "práticas abusivas" com baixas fraudulentas. 

Faltas ao trabalho por questões de saúde: conheça os seus direitos
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"Dá a ideia de que há situações já montadas, esquemas bem organizados, e, lamento não conseguir fazer prova disto pois não há apanhados em flagrante, mas relatam-me casos, principalmente na zona de Leiria, no setor dos moldes e do vidro, de um crescimento no número de baixas sem controlos rigorosos", afirmou à TSF António Saraiva, presidente daquela entidade patronal.

"Os trabalhadores em baixa profissional acabam por estar a trabalhar aqui e ali, o que é uma fraude, numa prática que se condena e que tem vindo a aumentar como se houvesse aqui crime organizado, passe a expressão", disse.

O gabinete do Secretário de Estado da Segurança Social já reagiu e explica que o aumento nas baixas médicas é influenciado pelo aumento do emprego.

A Confederação Empresarial de Portugal reforça que o Estado tem de encontrar mecanismos de controlo pois "não se contesta que os trabalhadores em situações de doença têm de recuperar a saúde, mas outra coisa é andar por aí, como há casos, noutros empregos".