“A saúde é fundamental. Esperemos que este Governo, que continua a governar nestes quatro meses, lance algumas iniciativas que são fundamentais e podem ser lançadas num Governo de gestão. Estes projetos-piloto são apoiados por toda a população. É um bem nacional e um bem para a comunidade. Os decisores políticos não devem hesitar nem esperar”, disse o presidente do Núcleo Regional do Norte (NRN) da LPCC.

Em declarações à agência Lusa, Vítor Veloso recordou que foram anunciados projetos-piloto para realização de rastreios ao cancro do estômago, próstata e pulmão, mas que estes tardam em se materializar.

“Estamos empenhados nisso para ver se isoladamente, ou com outras entidades, podemos realizar esses projetos-piloto. Parece que as coisas progridem, mas muito lentamente”, disse o médico oncologista.

Lembrando que na Europa existem orientações sobre esta temática, bem como linhas de apoio para implementação de projetos, Vítor Veloso considerou que Portugal “não pode perder essas oportunidades para que a luta contra o cancro seja consequente”.

A União Europeia apresentou, em 2021, o plano comunitário para reduzir a incidência de cancro nos Estados-membros e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes.

Em Portugal estima-se que todos os anos sejam detetados 60 mil novos casos.

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, os rastreios existentes em Portugal têm demonstrado uma redução de mortalidade de aproximadamente 30% no cancro da mama, 20% no cancro colorretal e 80% no colo do útero.

Em fevereiro, à margem da inauguração das novas instalações do Centro da Mama do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, prometeu antecipar a meta europeia de rastreios de cancro.

“O objetivo é avançar com projetos-piloto com acompanhamento técnico-científico particular. Não posso garantir que avancem este ano, mas entre este ano e o próximo, vamos antecipar-nos às metas europeias. A meta europeia é que este programa esteja em ação em 2025. Em Portugal, seguramente até final de 2024, estarão organizados”, disse o governante.

Este é um dos temas em discussão no 5.º Congresso Nacional de Prevenção Oncológica e Direitos dos Doentes organizado pelo NRN da LPCC que decorre na sexta-feira e sábado na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto.

Em antecipação ao evento, o presidente do NRN da LPCC também aproveitou para fazer um alerta sobre o programa de rastreios de base populacional: cancro da mama, colo do útero, cólon e reto e retinopatia.

“Têm de funcionar melhor. O único que funciona aceitavelmente neste momento é o do cancro da mama que está a cargo da LPCC. Teremos boas notícias em breve com o alargamento provável para os 45 anos e para os 74 anos”, avançou o responsável.

Neste momento a Liga está a fazer rastreios dos 50 aos 70, mas uma vez que a esperança de vida dos portugueses está a aumentar e também que há muitos cancros entre os 40 e os 50 anos que podem ser detetados mais precocemente graças ao rastreio, a liga quer alargar as idades incluídas no rastreio.

“É preciso que o Ministério da Saúde promova as condições para que esses rastreios funcionem melhor”.

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, os rastreios existentes em Portugal têm demonstrado uma redução de mortalidade de aproximadamente 30% no cancro da mama, 20% no cancro colorretal e 80% no colo do útero. Daí a urgência da implementação dos rastreios emergentes.

Outro dos temas em destaque neste congresso é o da eutanásia, uma vez que “a lei foi regulamentada recentemente, mas ainda suscita muitas dúvidas na comunidade médica e na população em geral”, referiu Vítor Veloso.