Uma vacina contra o herpes genital, desenvolvida por um grupo de cientistas da Perelman School of Medicine, um estabelecimento de ensino afeto à Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos da América, registou uma taxa de eficácia próxima dos 100% nos testes laboratoriais levados a cabo com roedores. Um número que está a entusiasmar a comunidade científica internacional. Há quase 100 anos que o tentavam.
Os avanços na imunologia celular e molecular conseguidos nas últimas décadas abriram portas ao desenvolvimento de novas soluções preventivas, como esta, que os investigadores querem agora testar rapidamente em humanos. A nova vacina foi desenvolvida para gerar imunidade contra o vírus Herpes simplex VHS-2, que se transmite por via sexual e está na origem de uma das principais doenças sexualmente transmissíveis.
De acordo com os cientistas, entre 10% e 20% da população mundial adulta está infetada. Como o herpes genital é uma doença assintomática, uma grande parte dos portadores do vírus nem sequer sabe que é um potencial transmissor. Para prevenir o aparecimento desta patologia, a vacina estimula um trio de anticorpos que impede o vírus de penetrar nas células e de desenvolver a doença, como confirmaram os testes.
Um mês depois da administração da vacina, 63 dos 64 ratos que foram vacinados registaram uma imunidade esterilizante completa, o que significa que não apresentaram quaisquer traços da doença após a exposição à mesma. Oito das 10 cobaias testadas noutro exame também manifestaram resultados idênticos. "Estamos muito entusiasmados com os efeitos imunizadores que a vacina teve", orgulha-se Harvey Friedman.
"Com base nestes resultados, temos esperança de a transpor para estudos com humanos, para testar a segurança e a eficácia da nossa abordagem", confessou já publicamente o cientista que coordenou a investigação. "Mas estes resultados preliminares correspondem aos mais promissores resultados em testes laboratoriais com animais com uma vacina desenvolvida para combater o herpes [genital] conseguidos até à data", assegura.
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