Os dados integram o Relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA) da Direção Geral da Saúde, publicado hoje, Dia Mundial da Higiene das Mãos.
A resistência a antimicrobianos também apresenta tendência decrescente em Portugal desde 2013, nomeadamente a resistência do Acinetobacter aos carbapenemes (que diminuiu de 70% para 15%) ou do Staphylococcus aureus à meticilina (de 48% para 30%).
No entanto, a taxa de Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenemes subiu significativamente (de 2% para 11,6%) no mesmo período.
No relatório, destaca-se a redução em 2020 do consumo de antibióticos em ambulatório. "A utilização de quinolonas, um dos antibióticos mais associados à emergência de resistências, caiu 69% entre 2014 e 2020, igualando a média europeia. Também a utilização em meio hospitalar se manteve estável e abaixo da média. No entanto, tem aumentado a utilização de antibióticos de largo espectro face a espectro estreito, o que pode induzir maiores resistências a antibióticos", lê-se num comunicado da DGS
Sete projetos para reduzir infeções hospitalares em Portugal
O PPCIRA, em colaboração com vários parceiros nacionais e internacionais, tem em curso sete projetos para reduzir infeções hospitalares, promover o uso sensato de antibióticos, reduzir a emergência e transmissão de microrganismos resistentes e aumentar a literacia do cidadão nestas temáticas.
"Salientam-se ainda os resultados relativos à Estratégia Multimodal de precauções básicas de controlo de infeção (PBCI) nas unidades de saúde, em que se releva o aumento progressivo da adesão ao cumprimento da higiene das mãos entre 2016 e 2020", sublinha a DGS.
"É significativo o aumento ocorrido entre 2019 e 2020, tendo a taxa de cumprimento global e a taxa de cumprimento do primeiro momento de higiene das mãos aumentado de 75,7% para 82,7% e de 68,0% para 76,2%, respetivamente", acrescenta.
Crianças dão o exemplo na higiene das mãos
Em 2021, o PPCIRA, em parceria com a Direção-Geral da Educação (DGE), desenvolveu um estudo sobre os hábitos de higiene das mãos dos alunos do 2.º e 3.º ciclos, verificando-se que os inquiridos higienizavam as mãos ao chegar a casa, quando as mãos estavam visivelmente sujas, após usar a casa de banho e antes e após refeições. "A maioria das crianças referiram também que higienizavam as mãos entre 6 e 10 vezes por dia, que conheciam bem a técnica de higienização das mãos e tinham conhecimento de que esta atitude evita infeções", adianta a nota da DGS.
O PPCIRA assinala o Dia Mundial da Higiene das Mãos, com o objetivo de incentivar a promoção da higiene das mãos e outras medidas de controlo de infeção, através de atividades nas unidades de saúde e na comunidade. Em 2022, o tema da campanha é: “Cultura de Qualidade e Segurança em Saúde que valorize a higiene das mãos” e o slogan é: "Juntos pela Segurança: higienize as suas mãos".
"As estruturas do PPCIRA estão, assim, fortemente radicadas e ativas nas unidades de saúde, tendo sido obtidos resultados francamente positivos ao longo destes nove anos. Aumentar a literacia nestas temáticas, apostando sobretudo nos mais jovens, conseguir um sistema de informação de matriz automatizada e única que permita a integração dos vários sistemas de vigilância epidemiológica, disseminar o projeto “STOP-Infeção Hospitalar” junto de mais unidades hospitalares e reforçar os programas de apoio à prescrição antibiótica são algumas das metas para 2022", conclui a nota.
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