Catarina Martins esteve hoje reunida, na sede do BE, em Lisboa, com o Sindicato Independente dos Médicos, tendo sido questionada no final pelos jornalistas sobre se espera que o reforço de meios do Serviço Nacional de Saúde (SNS) esteja entre as medidas que o Conselho de Ministros vai decidir na quinta-feira para combater o avanço da pandemia de covid-19.

“Seria falhar ao essencial se amanhã [quinta-feira] estivéssemos apenas a discutir máscaras e testes e não houvesse medidas sobre o Serviço Nacional de Saúde, sobre a sua capacidade e sobre a fixação de profissionais no Serviço Nacional de Saúde”, avisou.

Na opinião da líder do BE, o SNS “precisa de equipamentos, seguramente, mas sem médicos, sem enfermeiros, sem técnicos não funciona” e pediu que os profissionais de saúde, que “estão exaustos”, sejam respeitados, insistindo que “é preciso mais gente no SNS com urgência”.

“Se as medidas para o momento que estamos a viver forem só medidas de responsabilidade individual perante as pessoas, que as devem ter seguramente, mas que numa população que já está vacinada, não tiverem em conta a necessidade de reforço do SNS, as medidas vão falhar o que é essencial”, reiterou.

Numa população vacinada como a portuguesa, explicou Catarina Martins, “o número de pessoas com doença grave diminui, o que não quer dizer que a pressão sobre o SNS não exista”.

“As pessoas com doença não grave também têm de ser acompanhadas, nomeadamente pelos cuidados primários de saúde e pelos médicos de família e também porque há outras doenças, há outra doença respiratória própria desta época e há todas as situações de saúde aguda que até se têm vindo a agravar no país pela falta de cuidados não covid”, explicou.

Na perspetiva da coordenadora bloquista, o que está a acontecer na saúde em Portugal “vem dando razão ao Bloco de Esquerda” quando pôs como condição no Orçamento do Estado para 2022 as carreiras do SNS.

“Sabíamos que não podíamos continuar a perder gente no SNS. Ontem o BE repetiu as suas preocupações, o Governo ainda não anunciou nada de novo sobre essa matéria”, referiu, numa alusão à reunião com o primeiro-ministro, António Costa, que termina hoje de ouvir os partidos com assento parlamentar a propósito da evolução da pandemia.