As doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em Portugal. "Embora a grande maioria seja prevenível ou tratável com intervenções economicamente acessíveis, não temos assistido a uma redução global da sua prevalência", adverte a Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) em comunicado.

Segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, morrem 36 pessoas com doenças respiratórias por dia em Portugal, sendo que 16 desses óbitos têm como causa a pneumonia.

Estudos recentes revelaram que 30% a 50% dos adultos com diagnóstico de COVID-19 grave podem desenvolver anomalias pulmonares persistentes, após a doença aguda. Nos Países Baixos e na Andaluzia, as autoridades de saúde apostam na imunização para tornar o organismo mais robusto contra as infecções respiratórias. Recomendam, por isso, a vacinação antipneumocócica a doentes hospitalizados por COVID-19, com evidência de disfunção pulmonar.

O que precisa de saber sobre a vacinação contra a pneumonia
O que precisa de saber sobre a vacinação contra a pneumonia
Ver artigo

"Os últimos dois anos mostraram-nos a importância da prevenção – evitar o que já nos é possível, sempre com atenção a quem está mais vulnerável", explica o médico e professor José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão. "Quem esteve infetado com COVID-19, por exemplo, corre maior risco de contrair novas infeções respiratórias. Algumas delas podem ser prevenidas através de imunização. É o caso da pneumonia. Para quê correr riscos?", questiona.

Vacinação é segura

A vacinação é considerada o maior avanço da medicina moderna e uma das formas mais seguras, mais eficazes e menos dispendiosas de prevenir doenças infeciosas.

As correntes de ar causam pneumonia? As explicações de um médico
As correntes de ar causam pneumonia? As explicações de um médico
Ver artigo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, evita quatro mortes por minuto, o equivalente a 5.760 mortes por dia em todo o mundo, e previne doenças tão distintas como difteria, sarampo, poliomielite, rotavírus, pneumonia, diarreia, rubéola ou tétano.

"Ao recorrermos à imunização, estamos a reduzir a carga da doença e a contribuir para o aumento da esperança média de vida: para além de reforçarmos o sistema imunitário e a saúde individual, estamos a beneficiar saúde pública e a contribuir para a redução do número de internamentos e de mortes", refere a FPP em nota de imprensa.

"A pneumonia não é um exclusivo do tempo frio. Não podemos baixar a guarda, mesmo com a subida das temperaturas. Devemos preveni-la sempre e podemos fazê-lo em qualquer altura do ano, com particular atenção aos grupos de risco. Quem teve COVID-19 grave e adultos com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC e outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais, deve ser protegido", reforça.

A vacina antipneumocócica é recomendada pela Direção-Geral da Saúde e já está em PNV para as crianças e para os grupos considerados de maior risco, mas a sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias. No caso dos adultos, basta uma dose.

Veja ainda: 12 sintomas que nunca deve ignorar