A variante contém uma série de mutações na proteína Spike, o que pode enfraquecer a eficácia das vacinas, advertem os investigadores que afirmam que o conjunto de mutações indicam uma nova estirpe a que chamaram provisoriamente de "IHU".

"As variantes do SARS-CoV-2 tornaram-se uma grande preocupação virológica, epidemiológica e clínica, sobretudo no que diz respeito ao risco de fuga da imunidade induzida pela vacina", revela o conjunto de cientistas do IHU Méditerranée Infection, um organismo especializado em doenças contagiosas, num estudo agora publicado.

Até ao momento foram contabilizados pelo menos 12 casos da nova variante designada cientificamente por B.1.640.2, lê-se no artigo que ainda não foi revisto pelos pares.

O primeiro caso foi detetado em França num cidadão oriundo dos Camarões, indica o artigo.

"Estes dados são outro exemplo da imprevisibilidade do surgimento de variantes do SARS-CoV-2 e a sua introdução numa área geográfica específica através do estrangeiro", alertam os investigadores, que se pronunciaram, pela primeira vez, sobre a descoberta no mês passado no Twitter.

19.000 mortos em Portugal

A COVID-19 provocou 5.441.446 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.000 pessoas e foram contabilizados 1.434.570 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde de hoje.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Atualmente a variante Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma das mais prevalentes.

Foi detetada na África Austral e desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.