A CNS considera, em comunicado, que a crise sanitária decorrente da pandemia “só pode ser ultrapassada com a rápida quebra das cadeias de contágio”, pelo que “a vacinação dos cidadãos, a começar pelos profissionais de saúde, de acordo com as prioridades estabelecidas e a articulação entre as instituições do sistema de saúde, são aspetos essenciais”.
Por outro lado, esta entidade saúda “a vontade de alargar a utilização dos testes”.
“Defendemos que para uma testagem massiva em ambientes profissionais se deve recorrer aos testes de antigénio. É o único caminho que garante que os assintomáticos com capacidade para transmitir o vírus são detetados, possibilitando quebrar a continuidade dos contágios”, observa.
A Convenção Nacional da Saúde destaca ainda a importância de ser recuperada a atividade de prestação de cuidados de saúde, atendendo a que “a terceira onda da pandemia obrigou a nova interrupção de uma série de cuidados de saúde.
Para a CNS, é necessário “um plano extraordinário de recuperação da atividade assistencial, com cabal aproveitamento de todos os recursos existentes”.
No comunicado, esta entidade reconhece que “a terceira vaga de covid-19 tem um impacto dramático em Portugal”, com o momento a exigir “uma mudança de atuação para conter a infeção e para corrigir os terríveis efeitos provocados nas instituições de saúde e, em virtude disto, no acesso dos cidadãos a todos os cuidados médicos”.
“Ainda esta semana, o Governo reconheceu terem ficado por realizar no Serviço Nacional de Saúde mais de 125 mil cirurgias, cerca de 12 milhões de consultas presenciais e a existência de muitos milhares de cidadãos que aguardam tratamento urgente, como os mais de cinco mil casos oncológicos já identificados”, assinala.
Segundo a Convenção, “apesar dos anúncios oficiais desde julho do ano passado, até ao momento, ainda não foi constituída a ‘task force’ para a recuperação da atividade assistencial”.
O comunicado realça também que o “entendimento do aproveitamento total de recursos e da articulação plena entre os setores público, privado, social e cooperativo que trabalham na área da Saúde está em linha com o que a Convenção Nacional da Saúde tem defendido”, para que o país possa ter “um sistema de saúde mais inclusivo, eficiente e sustentável”.
Garantindo que “os agentes da saúde continuam fortemente motivados e mobilizados para este esforço conjunto de combate nacional contra a covid-19”, a Convenção salienta, contudo, que “os cidadãos, a começar pelas associações de doentes, reclamam que o acesso a cuidados de saúde de qualidade e em tempo seja uma prioridade que tem de ir muito além das táticas políticas”.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 2.355.410 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 14.885 pessoas, dos 778.369 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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