Usando uma máscara cirúrgica, Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no Chiado, em Lisboa, onde hoje se deslocou, para comprar livros, simbolicamente, no dia em que as livrarias passaram a poder estar novamente abertas ao público, embora com novas regras, devido à pandemia de COVID-19.
Saudado à distância por algumas pessoas, a quem também acenou, o chefe de Estado fez questão de assinalar que decidiu passar a andar sempre de máscara com o fim do estado de emergência, às 23:59 de sábado, e o início da situação de calamidade.
"Eu agora ando com máscara, mesmo na rua, desde o momento em que começou esta abertura, exceto no carro", afirmou.
Mais à frente, repetiria a mensagem: "Desde o início, usava máscara para entrar em sítios fechados, e agora decidi, a partir desta altura em que se multiplicam os contactos de rua, passar a usar a máscara também na rua, e as luvas dentro dos sítios onde faço compras e toco nas coisas".
A partir de domingo, dia em que começou a vigorar a situação de calamidade, o Governo estabeleceu que "é obrigatório o uso de máscaras ou viseiras para o acesso ou permanência nos espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, nos serviços e edifícios de atendimento ao público e nos estabelecimentos de ensino e creches pelos funcionários docentes e não docentes e pelos alunos maiores de seis anos" e também "na utilização de transportes coletivos de passageiros".
Questionado sobre a possibilidade não afastada pelo primeiro-ministro, António Costa, de se ter de dar "um passo atrás" no processo de desconfinamento, o Presidente da República também não a excluiu.
"O ideal era que nós fossemos dando os passos, estamos a trabalhar nisso. E há uma grande colaboração. O Governo é que lidera o processo, mas o Presidente da República também colabora nisso, e os partidos colaboram nisso. E a ideia é evitar recuos - mas se tiver de ser, tem de ser", considerou.
Quanto ao seu papel nesta nova fase, depois de ter decretado o estado de emergência por três períodos de 15 dias, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "a resolução do Governo avança para o estado de calamidade, mas depois há muitas matérias que têm de ir à Assembleia da República ou já tiveram de vir ao Presidente".
Sobre a reabertura de estabelecimentos e atividades, o chefe de Estado reiterou que "o ideal era dar os pequenos passos sem haver recuos", mas salientou que "só se vai ver o efeito das aberturas de maio em junho".
"Portanto, demora duas, três semanas até se ter a noção. E a primeira grande abertura é a partir de 18, portanto, só no final de maio, princípios de junho é que se tem a noção dos números", referiu.
O Presidente da República adiantou que "depois há outro momento de abertura, que é no 01 de junho, em que quem está no teletrabalho vai trabalhar".
"Temos de fazer isso tudo de uma forma a conseguir o que conseguimos até agora, que é não stressar o sistema de saúde e ter sucesso como temos ido", defendeu.
A pandemia de COVID-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China, já causou a morte de 1.063 pessoas em Portugal, num total de 25.524 confirmadas como infetadas, de acordo com a DGS.
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