As visitas aos lares de idosos vão ser retomadas em 18 de maio, mas vão ser sujeitas a agendamento prévio e, numa fase inicial, serão limitadas ao máximo de uma visita por semana e por utente, segundo orientações dadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em declarações à Lusa, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) disse ter ficado um bocadinho surpreendido com o anúncio da retoma, uma vez que não estava previsto nas medidas de desconfinamento anunciadas publicamente.
“Achamos que devíamos ter sido ouvidos para nos preparamos mais e melhor, para garantir toda a segurança não só dos idosos mas também dos colaboradores que têm sido heroicos”, disse.
De acordo com Manuel Lemos, são as misericórdias que melhor conhecem o terreno, a geografia física dos edifícios e as comunidades.
“É uma boa notícia a retoma das visitas em 18 de maio, mas queremos saber em que moldes (…). Nós estamos a preparar um guião para que tudo se passe com a maior segurança para todos os envolvidos pois não queremos andar para trás. Neste contexto, eu diria que acho o dia 18 muito cedo, mas vamos tentar”, disse Manuel Lemos à Lusa.
Segundo o presidente da UMP, as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) são uma boa base, mas é “mais geral, mais vago e os lares têm especificidades próprias”.
Nesse sentido, a UMP está a preparar um guião “de cautelas” e depois vai reunir com a tutela, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, para que tudo decorra com segurança.
Manuel Lemos lembrou a morte de 123 idosos desde o início da pandemia covid-19.
“Todos temos medos e por isso vamos ter cautelas. (…) Por isso se for possível e houver condições podemos começar a marcar [visitas] a partir de dia 18”, disse.
Numa informação publicada na segunda-feira no seu ‘site’, a DGS refere que este limite de um visitante por utente uma vez por semana poderá ser ajustado mediante as condições da instituição e a situação epidemiológica observada na zona onde o lar está localizado.
As visitas vão ter um tempo limitado, não devendo exceder os 90 minutos, acrescenta.
A orientação da DGS para a retoma das visitas a Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) prevê que as instituições garantam o agendamento prévio das visitas, para que possa ser garantida higienização entre visitas e a manutenção do distanciamento físico apropriado.
A instituição terá ainda de organizar um registo de visitantes, com indicação da data, hora, nome, contacto e residente visitado.
Os visitantes terão de “utilizar máscara, preferencialmente cirúrgica, durante todo o período de permanência na instituição”, ficando ainda impedidos de levar objetos pessoais, géneros alimentares ou outros produtos aos utentes.
Em 07 de março, a ministra da Saúde anunciou a suspensão das visitas em lares localizados na região norte e em 13 de março foi promulgado pelo Presidente da República o diploma do Governo com medidas extraordinárias e urgentes de resposta ao surto de covid-19, que contemplava a proibição de visitas a lares de idosos em todo o país.
As visitas, com início marcado para a próxima segunda-feira, dia 18 de maio, estarão sempre dependentes da situação epidemiológica observada na instituição ou no local onde esta está inserida, podendo voltar a ser suspensas por tempo limitado caso tal se verifique necessário.
Portugal contabiliza 1.144 mortos associados à covid-19 em 27.679 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
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