O vice-diretor da Comissão de Saúde de Xangai, Zhao Dandan, disse que irá arrancar em breve uma nova ronda de testes em massa aos moradores da cidade e que as áreas que alcançaram “transmissão comunitária zero” poderão ter mais alguma liberdade de movimentos.
“Transmissão comunitária zero” implica que o novo coronavírus não se esteja a espalhar na comunidade, com as novas infeções a serem detetadas apenas em pessoas já sob vigilância, como aquelas em instalações de quarentena centralizada ou contactos identificados de pacientes.
Um surto de covid-19 em Xangai, no leste da China, levou as autoridades chinesas a impor um confinamento quase total da cidade, com cerca de 25 milhões de habitantes, há cerca de um mês.
Os moradores de Xangai ficaram sem acesso a comida e necessidades diárias, face ao encerramento de supermercados e farmácias, e dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em centros de quarentena, onde as luzes estão sempre acesas, o lixo acumula-se e não existem chuveiros com água quente.
Qualquer pessoa com resultado positivo, mas que não tenha sintomas, deve passar uma semana numa destas instalações.
O fluxo de produtos industriais também foi interrompido pela suspensão do acesso a Xangai, onde fica o porto mais movimentado do mundo, e outras cidades industriais, incluindo Changchun e Jilin, no nordeste da China.
A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou hoje a morte de 47 pessoas por covid-19, nas últimas 24 horas.
As mortes foram todas registadas em Xangai, elevando o número total de óbitos desde o início da pandemia na China para 4.923.
Apesar do confinamento rigoroso em Xangai, quase 1.300 novos casos positivos e cerca de 9.300 casos assintomáticos foram registados nas últimas 24 horas.
A China tem enfrentado nos últimos meses o pior surto desde o início da pandemia, atribuído à variante Ómicron. A vaga também já afetou a capital, Pequim, onde foram registados 48 novos casos positivos nas últimas 24 horas.
Pequim está no meio de uma ronda de testes da maioria dos 21 milhões de habitantes da cidade.
Na quarta-feira, o distrito de Tongzhou suspendeu as aulas de todas as escolas, do jardim de infância ao ensino secundário.
Nos últimos dois dias, os moradores de Pequim começaram a acorrer os mercados e supermercados para adquirir alimentos e outros bens de primeira necessidade, por receio de um confinamento como o aplicado em Xangai.
“Acho que continuaremos a ver o uso destes confinamentos em todo o país”, disse a especialista em saúde pública da Universidade de Hong Kong, Karen Grepin, à agência Associated Press.
“A variante Ómicron tornou mais difícil controlar o vírus e, portanto, são necessárias medidas mais rigorosas”, acrescentou.
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