Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, no total, foram realizadas 34,7 milhões de viagens no último sábado, o primeiro dia de um período de 40 dias durante o qual os chineses costumam regressar às respetivas terras natais para celebrar o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas.
Este período, que é a maior migração anual do planeta, foi afetada, nos últimos dois anos, pelas medidas de prevenção contra a covid-19 que vigoraram na China, ao abrigo da política de ‘zero casos’ de covid-19.
Apesar do aumento do número de viagens, os dados são ainda assim 48,6% inferiores aos registados no primeiro dia da temporada de viagens de 2019, o último Ano Novo Lunar antes da pandemia.
Em dezembro, no âmbito do fim da política de ‘zero covid’, que vigorou no país durante quase três anos, o governo chinês retirou as restrições às viagens internas, que incluíam a exigência de testes PCR negativos para viajar de avião ou comboio e o registo das deslocações através de uma aplicação de localização.
Cada cidade ou província tinha também as suas próprias políticas: Pequim, por exemplo, não permitia a entrada de viajantes vindos de áreas onde tivessem sido registados casos de covid-19 nos sete dias anteriores.
Em 2023, o Ano Novo Lunar calha entre os dias 21 e 27 de janeiro, e a temporada alta de viagens, conhecida em chinês como ‘chunyun’, ocorre entre os dias 7 de janeiro e 15 de fevereiro.
As autoridades de saúde chinesas pediram já às zonas rurais, para onde vão viajar muitos trabalhadores migrados nas cidades, que se preparem para a propagação da covid-19. Algumas cidades do país já ultrapassaram o pico dos surtos do novo coronavírus, mas ainda não se alastraram às zonas rurais e pequenos centros urbanos.
O Conselho de Estado, o executivo chinês, exortou os governos locais em meados de dezembro a dar prioridade a estas áreas “para proteger a população”, apontando “a sua relativa escassez de recursos de saúde”.
O relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções no país asiático, que provocou cenas de grande pressão hospitalar em diversas cidades.
A rápida disseminação do vírus pelo país lançou dúvidas sobre os números oficiais, que relataram apenas algumas mortes recentes pela doença, apesar de localidades e províncias estimarem que uma proporção significativa das suas populações ficou infetada.
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