De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Unicef, entre outras, a vacinação de rotina está perturbada em 68 países, o que poderá afetar cerca de 80 milhões de crianças com menos de um ano.
Desde março que o funcionamento de serviços de vacinação foi interrompido a uma escala inédita desde que se generalizaram os programas de vacinação em todo o mundo, na década de 1970.
As organizações olharam para os dados de 129 países e concluíram que em 53% dos casos se verificaram perturbações moderadas a severas, chegando mesmo à suspensão total da vacinação durante os meses de março e abril, coincidindo com a expansão mundial do novo coronavírus, que provoca a doença COVID-19.
Muitas razões levam a que as crianças não estejam a ser vacinadas, desde a relutância dos pais com receio de sair de casa por medo de contágio ou confinados por causa da pandemia à falta de profissionais de saúde nos serviços por causa das restrições às viagens, por estarem destacados para outros serviços ou falta de equipamentos de proteção individual.
Outro fator que perturba a vacinação é o atraso nas entregas de vacinas, cujo transporte está sujeito a perturbações por causa de medidas de restrição de movimentos e ao transporte aéreo.
Por causa disso, a agência das Nações Unidas para a infância, a Unicef, está a apelar a governos e empresas de aviação para cederem espaço a um preço razoável nos aviões para levar vacinas aos sítios onde são mais precisas.
“A perturbação dos programas de vacinação provocada pela pandemia da COVID-19 ameaça desfazer décadas de progresso contra doenças evitáveis como o sarampo”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, que em fim de março recomendou a suspensão temporária da vacinação para evitar concentrações de pessoas que potenciassem o contágio com a COVID-19.
As maiores perturbações ocorreram na vacinação contra a poliomielite, suspensas em 38 países e o sarampo, suspensas em 27.
Pelo menos 24 milhões de pessoas em 21 países apoiados pela organização Gavi (Vaccine Alliance) estão a perder vacinas contra a poliomielite, sarampo, febre tifoide, febre amarela, cólera, rotavírus, HPV, meningite e rubéola.
O inquérito internacional ao estado da vacinação no mundo foi feito por 800 especialistas em 107 países, com dados comunicados até à OMS a 15 de maio.
No dia 04 de junho, o governo do Reino Unido vai organizar a Cimeira Mundial da Vacinação, em que se pretende recolher pelo menos 7,4 mil milhões de dólares para a Gavi, a aplicar para vacinar 300 milhões de crianças em 68 países de baixos rendimentos para o período 2021-2025.
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