O presidente do PSD considerou hoje necessário preparar um plano para o desconfinamento do país, e nomeadamente para o regresso ao ensino presencial, estabelecendo uma abertura progressiva tendo em conta indicadores científicos.
"[O desconfinamento] deve ser gradual. Nós confinámos de forma gradual, e aí foi mal, devíamos ter entrado mais forte e mais à bruta. Já na saída, acho o contrário, que deve ser com gradualismo e não dever ser num dia estar tudo e no outro dia não estar nada", defendeu Rui Rio, em declarações aos jornalistas, numa conferência de imprensa no Porto.
Ressalvando que esta é essencialmente uma questão científica, o social-democrata considerou que o poder político tem de ouvir e obedecer "à lógica científica" e só depois assumir as suas responsabilidades.
Nesse sentido, disse tender a concordar com o primeiro-ministro, António Costa, argumentando que, no seu entender, o desconfinamento só pode acontecer quando for atingido um determinado indicador.
Questionado pelos jornalistas, Rio admitiu, contudo, que esse indicador devia já ter sido definido pelo Governo, com base na opinião dos especialistas, ainda que concorde que neste momento não é possível apontar uma data para iniciar o desconfinamento.
"Não se pode exigir isso porque não sabemos quando esse número será atingido", afirmou.
O líder social-democrata defendeu que o Governo tem também de preparar um plano para o regresso ao ensino presencial, definindo uma meta.
"Quando atingirmos um R de x ou um número de infetados de y, aí abrimos até aos 12 anos, por exemplo. Não há nada como planear e pensar as coisas bem", explicou, salientando que a questão da abertura das escolas é "determinante nas redes de contacto".
Numa entrevista à Renascença, esta manhã, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou que as provas de aferição de Educação Física e de Expressões Artísticas foram canceladas e os exames nacionais adiados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.368.493 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.885 pessoas dos 778.369 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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