“A ordem de vacinação nos lares é: primeiro os utentes, em segundo lugar trabalhadores, em terceiro lugar pessoas que estão em contacto com os utentes, que são os chamados dirigentes ativos. Isso tem sido cumprido, tenho ouvido falar de uma ou outra situação em que terão sido outras pessoas, mas tanto quanto me chega ao conhecimento têm sido casos de sobras de vacinas e é bom que sejam aplicadas, mas que sejam aplicadas depois desta ordem e para pessoas que estão ligadas à instituição”, defendeu o presidente da Confederação Nacional de Instituições Sociais (CNIS), o padre Lino Maia.
Em causa estão notícias de vacinação de pessoas nos lares de idosos que não têm contacto direto com os utentes.
“Ouvi falar de dois provedores que foram vacinados, mas um provedor, em princípio, está na instituição, está em contacto com os utentes. Penso que tem havido alguma exploração tendenciosa do caso”, defendeu Lino Maia.
A ministra da Saúde, Marta Temido, que esteve reunida com a ‘taskforce’ que coordena o plano de vacinação contra a covid-19, foi questionada pelos jornalistas sobre uma eventual ação em relação a membros de direção de alguns lares que receberam doses de vacina sem alegadamente estarem em contacto direto com os utentes das instituições.
Marta Temido revelou que desta reunião com a ‘taskforce’ serão definidos “mecanismos” de controlo destas situações. Sem falar em eventuais sanções, a ministra preferiu apontar à “censura social” destes casos.
“Foram discutidos mecanismos que irão ser estabelecidos para a avaliação de situações de desvio àquilo que são as regras de vacinação de acordo com os grupos prioritários. Esses mecanismos serão aqueles que nos permitirão garantir que estas situações são evitadas e, acontecendo, são objeto da necessária censura, caso se constate que correspondem a situações de vacinação indevida face à ordenação dos grupos prioritários”, notou.
Sobre a vacinação nos lares ao cuidado da CNIS, Lino Maia disse ainda que “está a correr bem”, mas que deseja uma aceleração do processo.
“Queríamos que fosse ainda mais célere, muito embora compreendamos que o Governo está sujeito às vacinas que vêm para Portugal”, disse.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 10.721 pessoas dos 643.113 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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