Este primeiro estudo que analisa a carência de vitamina D na globalidade da população portuguesa adulta, publicado na revista científica “Archives of Osteoporosis”, indica que mesmo durante o verão pouco mais de metade (56,8%) dos portugueses conseguem atingir valores normais de vitamina D.

O trabalho, que usou uma amostra de 3.092 pessoas adultas de todo o país, representativa da população portuguesa, indica que, no inverno, apenas dois em cada 10 portugueses apresenta níveis normais de vitamina D e que a carência desta vitamina é um problema de saúde pública de nível mundial que em Portugal é ainda desvalorizado.

“É conclusivo que este estudo revela valores inadequados de vitamina D numa grande proporção da população portuguesa. A análise destes dados deve servir de base para um debate nacional profundo sobre o tema e sobre o seu impacto na saúde dos portugueses”, afirma o médico e investigador José António Pereira da Silva, que coordenou o trabalho, citado em comunicado.

As consequências mais evidentes da carência de vitamina D são problemas ósseos e musculares, com uma maior propensão para fraturas com pequenos traumatismos e, nos casos graves, podem surgir dores ósseas e musculares espontâneas, falta de forças e cãibras.

Estes sintomas podem ser, por vezes, interpretados erradamente como sinais de envelhecimento normal.

A alimentação tem um contributo escasso para suprir as necessidades fisiológicas desta vitamina, especialmente através de peixes gordos selvagens, gema de ovo e alguns cogumelos. A exposição solar e a suplementação são as duas outras formas de conseguir atingir os níveis ideais de vitamina D.

Quanto ao impacto da localização geográfica, este estudo, uma colaboração entre a Faculdade de Medicina de Coimbra e a Nova Medical School, indica que os Açores são a região portuguesa que registou níveis mais elevados de insuficiência e deficiência de vitamina D, atingindo 82% da população.

“Estes valores poderão estar associados à intensa nebulosidade que se verifica no arquipélago dos Açores”, refere a nota.

Ao contrário, é no Algarve que se verificam valores mais baixos de insuficiência e deficiência de vitamina D, correspondendo apenas a 45% da população ao longo de todo o ano, comparativamente aos valores entre 58,7% e 69,7% no restante território continental e na Madeira, respetivamente.

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