O grupo, co-presidido pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, e pela ex-presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, tem a intenção de chegar a conclusões provisórias em novembro e a um relatório completo em maio de 2021.
Ambas lideram o Painel Independente para a Preparação e Resposta a uma Pandemia (IPPR, na sigla em inglês), encarregado de avaliar a resposta global coordenada da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a crise da COVID-19.
Crítica feroz
Na sua última Assembleia Mundial da Saúde em maio, os Estados-membros da OMS acordaram uma resolução apresentada pela União Europeia que pedia uma "avaliação imparcial, independente e completa (...) para analisar a experiência adquirida e as lições aprendidas com a resposta internacional de saúde à COVID-19 coordenada pela OMS".
A resolução indicou que a avaliação deveria investigar "as ações da OMS e os seus cronogramas relacionados à pandemia de COVID-19".
Naquele momento, a OMS estava a ser atacada ferozmente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o seu país da agência da ONU, a qual acusa de falhar na gestão da pandemia e de ser um "fantoche da China".
O painel foi iniciado pelo chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que anunciou o seu lançamento e seus presidentes a 10 de julho. Os painelistas foram escolhidos por Clark e Sirleaf entre mais de 120 candidatos.
O painel celebrará a sua primeira reunião a 17 de setembro e procurará provas de países, especialistas e da sociedade civil sobre o impacto da pandemia.
"Para honrar as mais de 25,6 milhões de pessoas que adoeceram e as mais de 850.000 que morreram devido à COVID-19, não temos tempo a perder", disse Sirleaf.
O painel organizará uma sessão informativa mensal sobre a missão, fornecendo atualizações sobre o progresso.
Apresentará também um relatório intermediário na próxima reunião da Assembleia Mundial da Saúde em novembro. O seu relatório completo será conhecido na assembleia de maio de 2021.
A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.829 pessoas das 59.051 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
O painel completo
Co-presidentes:
- Helen Clark (Nova Zelândia), ex-primeira-ministra
- Ellen Johnson Sirleaf (Libéria), ex-presidente
Painelistas:
- Mauricio Cárdenas (Colômbia), ex-ministro da Fazenda
- Aya Chebbi (Tunísia), enviada para juventude da União Africana
- Mark Dybul (Estados Unidos), ex-diretor do Global Fund
- Michel Kazatchkine (França), ex-diretor do Global Fund
- Joanne Liu (Canadá), ex-chefe da Médicos sem Fronteiras
- Precious Matsoso (África do Sul), ex-presidente do comitê de supervisão independente do programa de emergências da OMS.
- David Miliband (Reino Unido), ex-ministro dos Negócios Estrangeiros
- Thoraya Obaid (Arábia Saudita), ex-diretora executiva do Fundo de População das Nações Unidas
- Preeti Sudan (Índia), ex-ministra da Saúde
- Ernesto Zedillo (México), ex-presidente
- Zhong Nanshan (China), professor de pneumologia e editor do Journal of Thoracic Disease
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