A SIC é uma entidade clínica cujo tratamento envolve uma equipa multidisciplinar, imprescindível na abordagem da insuficiência intestinal que a caracteriza pelo quadro de má-absorção intestinal, por desnutrição debilitante e complexa.

Ocorre de igual modo em ambos os sexos. Pertence ao grupo das doenças crónicas, sem cura, conduzindo a complicações graves, incapacitantes e potencialmente fatais.

A SIC pode ser classificada, em termos de evolução pós cirúrgicos, em tipo I, II ou III mediante a necessidade de suporte nutricional artificial por curto, medio ou longo (crónico) espaço de tempo, em que se verifique necessidade de suplementar para manter a homeostasia (balanço entre a capacidade de absorção e a assimilação).

Conforme o(s) segmento(s) removido(s), assim identificamos uma maior ou menor complexidade na abordagem e programação de tratamento médico.

A SIC traduz-se pelo quadro de falência ou insuficiência intestinal (75% dos SIC), e ocorre quando o intestino delgado restante, em continuidade, é inferior a 200cm de comprimento.

Doentes com Falência Intestinal apresentam alterações da constituição da flora intestinal (Microbiota), resultante do segmento(s) intestinal removido o que acarreta uma alteração no metabolismo dos substratos nutricionais, pelo que o objetivo da avaliação das alterações da flora é identificar o marcador biológico que oriente, no futuro, a atitude terapêutica individualizada.

Assim é aconselhável, pela complexidade, que a orientação do tratamento seja efetuado por Centros de Referência em reabilitação intestinal, com experiência, por equipa multidisciplinar e dedicada.

Maximizar a capacidade absortiva do intestino, minimizar os sintomas e, reduzir ou evitar a necessidade, sempre constante, de suplementos nutricionais para compensar as carências metabólicas, em busca da melhor qualidade de vida possível, são os desideratos no tratamento destes doentes.

Quando orientado por equipa experiente, este distúrbio pode ser tratado de forma eficaz.

Um artigo do médico António Manuel Oliveira, Assistente Sénior em Cirurgia Geral do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).