Servindo um universo na ordem dos 350.000 utentes de vários concelhos distribuídos pela zona norte do distrito de Aveiro, o projeto envolve um investimento superior a 75.000 euros e será articulado com a rede de cuidados de saúde primários da região e com os serviços sociais da comunidade.
“A ideia é evitar deslocações a ambientes públicos por mães e bebés nascidos antes das 35 semanas ou em risco social identificado pelos nossos serviços de neonatologia e pediatria, ajudando os recém-nascidos a ultrapassar os primeiros seis meses de vida com um acompanhamento de proximidade a nível de consultas médicas e de enfermagem, colheitas de sangue e ecografias”, revelou à Lusa o presidente do conselho de administração do CHEDV, Miguel Paiva.
O responsável afirmou que os primeiros seis meses de vida de um bebé prematuro “são absolutamente críticos, por serem os mais decisivos para um desenvolvimento neurológico adequado”, e disse esperar que o novo serviço ajude “a evitar riscos desnecessários em deslocações e a detetar precocemente quaisquer alterações preocupantes”.
Entre os sinais de alerta entre bebés nascidos com menos de 35 semanas, Miguel Paiva inclui dificuldades do aparelho respiratório e complicações do sistema locomotor, mas realçou: “Se detetadas nesta janela temporal dos primeiros seis meses, podemos iniciar de imediato terapêuticas precoces e reverter a maioria desses problemas”.
Financiado ao abrigo do PAOITI - Plano de Ação da Operação Integrada do Território de Intervenção da zona sul da Área Metropolitana do Porto, o orçamento deste projeto de cuidados neonatais em casa vai ser aplicado sobretudo na aquisição de equipamentos necessários ao serviço domiciliário.
“Vamos comprar um ecógrafo portátil, cujo preço habitual ronda os 20.000 euros, e adquirir também uma viatura só para este fim, para garantir que a equipa do hospital tem carro disponível sempre que for preciso”, afirmou o administrador dos hospitais da Feira, Oliveira de Azeméis e São João da Madeira.
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