Segundo os boletins diários sobre a progressão da doença, elaborados pela Direção Nacional de Saúde Pública, o atual surto de cólera em Moçambique regista um acumulado de 33.719 casos desde 14 de setembro até 08 de agosto último.
No primeiro dia de agosto registavam-se 33.576 casos que tinham provocado até então 141 óbitos. Entretanto, segundo os mesmos dados, registou-se na província de Nampula mais um óbito devido à doença – que apresenta uma taxa de letalidade de 0,4% – em 06 de agosto, com 34 doentes internados em unidades hospitalares no final da primeira semana de agosto.
Em Nampula, de 01 a 08 de agosto registaram-se 124 novos casos de cólera, elevando o acumulado total na província a 3.060, com quatro óbitos.
As autoridades de saúde moçambicanas declararam no final de julho surtos de cólera em mais dois distritos, Mocímboa da Praia e Mueda, província de Cabo Delgado, que se juntam a outros dois ativos, admitindo preocupação com o aumento de casos no norte daquela província.
Em Cabo Delgado, norte do país, registaram desde setembro do ano passado 1.221 casos, com três mortos. Os novos casos detetados no país nos últimos dias estão essencialmente concentrados naquela província, afetada por ataques de insurgentes nos últimos cinco anos.
Até 08 de agosto, a maioria dos casos de cólera em Moçambique foi registada na província da Zambézia, no centro do país, (13.400 diagnosticados e 38 mortos) especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março, seguindo-se Sofala (7.527 casos e 30 mortos) e Niassa (3.501 casos e 25 mortos), mas sem registo de novos casos há vários dias.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou em 13 de julho, em Maputo, os esforços de Moçambique, e do Presidente da República, Filipe Nyusi, para travar esta epidemia de cólera.
Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.
A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
Em maio, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.
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