"Houve várias falhas na prescrição eletrónica de medicamentos (PEM) e tivemos dificuldade em prescrever”, confirmou ontem à Lusa o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges.
Ao final da tarde, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) tinha confirmado à Lusa que um problema no sistema de acesso à prescrição eletrónica de medicamentos estava a impossibilitar as farmácias de aviar as receitas dos utentes no país.
Segundo disse a presidente da ANF, Ema Paulino, as dificuldades de acesso ao sistema surgiram ontem de manhã, sendo parcialmente resolvidas, mas os “problemas voltaram a ocorrer da parte da tarde”.
Segundo o médico Gustavo Tato Borges, essas dificuldades foram registadas “mais ou menos no país inteiro, quer nos cuidados de saúde primários, quer nos hospitalares”.
“Houve uma falha eletrónica, não sei bem onde, que impediu a emissão de receitas nos cuidados de saúde e que, depois, também levou a que as farmácias não conseguissem aviar estas receitas que receberam”, explicou.
“Não foi um problema exclusivo das farmácias, foi algo do sistema mais global”, afirmou Tato Borges, ao adiantar que o “problema subsistia” por volta das 18:30.
Segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a PEM é utilizada em praticamente todo o Serviço Nacional de Saúde por cerca de 8.300 médicos por dia.
Este sistema é responsável por cerca de 90% do total de prescrições registadas diariamente em Portugal, totalizando cerca de 89.000 receitas geradas por dia e mais de 467.000 de embalagens de medicamentos registadas.
A Lusa questionou os SPMS sobre as razões desta falha, mas ainda não obteve resposta.
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