“Os casos começaram a chegar em massa e em dias consecutivos, então isolámos as pessoas, fizemos as análises e confirmamos que era cólera”, disse Anastácia Lidimba, diretora de saúde na província de Cabo Delgado.
Os distritos de Macomia, Mocímboa da Praia e Ibo registaram, desde janeiro, mais de 200 casos de diarreia, na sequência das chuvas que caem na província.
Em fevereiro morreram 12 pessoas, seis no distrito do Ibo e as restantes em Macomia, revelou a diretora.
“Não fizeram 24 horas connosco. Perderam a vida logo que chegaram á unidade sanitária, pela distância que levaram da comunidade até aqui”, lamentou.
Segundo Anastácia Lidimba, o dilema é frequente em toda a época chuvosa naquela província, o que se deve a problemas de saneamento, consumo de água imprópria e falta de casas de banho.
Que doença é esta?
Campanhas de prevenção em curso
Os serviços de saúde da província estão a fazer campanhas de sensibilização, limpeza e distribuição de purificadores de água, visando reduzir o impacto do surto da cólera em Cabo Delgado, avançou a diretora.
Desde que arrancaram as campanhas, “o número de entradas nas unidades sanitárias reduziu”, concluiu Anastácia Lidimba.
O mau tempo que se regista na província afetou cerca de 10 mil pessoas, além da destruição de várias infraestruturas, com destaque para o desabamento da ponte sobre o rio Montepuez, entre outras infraestruturas.
Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
A atual época das chuvas em Moçambique, de outubro a abril, já matou 54 pessoas, devido a desastres naturais (sobretudo raios e inundações), e afetou cerca de 65 mil, muitas com habitações inundadas, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.
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