De acordo com os boletins sobre a progressão da doença, elaborados pela Direção Nacional de Saúde Pública, o atual surto de cólera em Moçambique regista um acumulado de 34.680 casos, de 14 de setembro de 2022 até 28 de setembro de 2023, que provocaram 144 óbitos, os últimos três dos quais no mês de agosto, na província de Nampula.
Em 29 de agosto, o boletim da Direção Nacional de Saúde Pública identificava três distritos em alerta — além de Mocímboa da Praia, Mueda, também em Cabo Delgado, com surtos declarados em julho, e Meconta, na província de Nampula -, e um total de 34.129 casos acumulados.
Assim, em todo o mês de setembro, registaram-se mais 551 novos casos, contra os 675 detetados em agosto.
Em 28 de setembro, a taxa de letalidade nacional da doença situava-se em 0,4% e permaneciam internadas seis pessoas nas unidades de saúde do país.
A maioria dos casos acumulados de cólera em Moçambique foi registada, até 28 de setembro, na província da Zambézia, no centro do país (13.400 diagnosticados e 38 mortos), especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março, seguindo-se Sofala (7.527 casos e 30 mortos) e Niassa (3.501 casos e 25 mortos), mas sem registo de novos infetados há várias semanas.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, destacou, em 13 de julho, em Maputo, os esforços de Moçambique, e do Presidente da República, Filipe Nyusi, para travar esta epidemia de cólera.
Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.
A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
Em maio, a OMS alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.
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