Investigadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, verificaram que os morcegos-vampiros selvagens (Desmodontinae) interagem menos com outros espécimes quando estão doentes. O estudo foi publicado na revista Behavioral Ecology.
A radiotelevisão britânica BBC descreve que os cientistas controlaram um grupo de morcegos que vivia dentro de uma árvore oca, equipando-os com minúsculos sensores de proximidade para analisarem como interagiam socialmente. Antes disso, injetaram em 16 morcegos uma substância chamada lipopolissacarídeo, que provocou uma reação nos seus sistemas imunitários semelhante àquela que acontece quando esses animais estão doentes.
No total, havia 31 morcegos na árvore. Os 15 animais restantes receberam injeções de solução salina que não interferiram com o seu sistema imunitário.
No estudo, observou-se que os morcegos "doentes" interagiram com cerca de quatro morcegos menos do que os animais saudáveis, não participando nos rituais de cuidados recíprocos, movendo-se menos e agindo de forma mais sonolenta. Essa diferença comportamental diminuiu seis horas após a injeção e sempre que os morcegos dormiam ou saíam em busca de comida. Após 48 horas, os efeitos da injeção desapareceram completamente e os morcegos voltaram a ser tão sociais quanto antes.
De acordo com os cientistas, os morcegos - ao sentirem-se doentes - reduziram a probabilidade de espalhar um vírus ao passar menos tempo com morcegos saudáveis. O principal autor do estudo, Simon Ripperger, diz que se trata da prática de "distanciamento social passivo" e acredita que esse comportamento pode ser mais comum no reino animal do que se pensa.
"Os sensores deram-nos uma janela nova e surpreendente para como o comportamento social desses morcegos mudava de hora em hora e mesmo de minuto a minuto durante o dia e a noite, mesmo enquanto eles estavam escondidos na escuridão de uma árvore oca," disse Ripperger citado pela BBC.
A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.371 pessoas dos 124.432 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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