"A telemonitorização possibilita uma autonomia que é muito valorizada pelo doente. A eficácia do tratamento mantém-se e, para o doente, representa a possibilidade de gerir o seu tempo e manter a sua qualidade de vida com a segurança de que o tratamento está a ser seguido no hospital", explica, em comunicado, Raquel Chorão, médica nefrologista responsável pela Diálise Peritoneal do serviço.
No Serviço de Nefrologia da ULSCB são acompanhados, atualmente, 21 doentes com insuficiência renal crónica, cinco dos quais beneficiam desta modalidade de tratamento, sendo que se estima que o número aumente até ao final do ano.
Os doentes com insuficiência renal crónica podem realizar o tratamento de diálise peritoneal a partir de casa e, através de um sistema inovador que lhes permite a ligação remota aos profissionais de saúde, o tratamento é acompanhado no hospital.
Raquel Chorão explica que a operacionalização deste protocolo permite uma maior eficácia nos cuidados prestados ao doente, com um investimento tecnológico reduzido e com a vantagem de permitir diminuir o número de deslocações do doente ao hospital, assim como um maior aproveitamento dos recursos humanos existentes.
A gestão da insuficiência renal crónica requer consultas regulares e deslocações frequentes do doente ao hospital, com encargos elevados a nível de tempo, comodidade, disponibilidade e custos.
Com a redução da necessidade do número de visitas não planeadas ao hospital, proporcionada pelo sistema de telemonitorização, torna-se também possível diminuir os custos relacionados com essas deslocações e o tempo alocado, com impacto positivo na qualidade de vida do doente.
Do ponto de vista clínico, o acesso rápido aos dados específicos do tratamento permite um acompanhamento mais proativo por parte dos profissionais de saúde, uma deteção mais rápida de problemas associados ao tratamento, uma monitorização mais próxima e frequente, bem como uma maior disponibilidade para o suporte adequado.
Em Portugal, os registos da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) indicam que, por ano, entram em falência renal cerca de 2.500 portugueses.
Estima-se que estejam em tratamento de substituição da função renal cerca de 12 mil doentes, 25% com idade superior a 80 anos.
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