Nestas circunstâncias, "um único caso de vírus Monkeypox em países não endémicos é considerado um surto", sublinhou a entidade de saúde, que continua a não encontrar relação entre casos notificados e deslocações para zonas onde a doença está presente, o que é invulgar.

Os casos foram relatados principalmente entre homens que fazem sexo com homens, confirmou a Organização Mundial da Saúde.

Por esse motivo, recomendou que os países forneçam informações precisas àqueles que possam ter sido mais expostos e que sejam tomadas medidas para impedir a disseminação em grupos de risco.

A OMS também enfatizou a importância de proteger adequadamente os profissionais de saúde da linha de frente.

Até o último dia 26, a entidade foi notificada de 257 casos confirmados laboratorialmente e 120 casos suspeitos, mas nenhuma morte foi relatada.

Sinais de alerta

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), os indivíduos que apresentem erupção cutânea, lesões ulcerativas, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, devem procurar aconselhamento clínico. Ao dirigirem-se a uma unidade de saúde, deverão cobrir as lesões cutâneas.

"Reforçam-se as medidas a implementar perante sintomas suspeitos, devendo os doentes abster-se de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas", explica a DGS que continua a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias.

Como se deteta?

Segundo a OMS, a doença deve ser detetada com um teste PCR porque os testes antigénicos não são capazes de determinar se é o vírus da varíola símia ou outros vírus da mesma família. As melhores amostras para diagnóstico são provenientes de lesões, exsudatos (líquido produzido pela ferida) ou crostas de lesões.

A doença é - segundo a OMS - uma zoonose viral rara (vírus transmitido aos humanos por animais), cujos sintomas são menos graves do que os observados no passado em indivíduos com varíola.

Com a erradicação da varíola em 1980 e a posterior descontinuação da vacinação, este ortopoxvírus emergiu como o vírus mais importante do género.

A doença foi detetada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo. Em 2003, casos foram confirmados nos Estados Unidos, marcando o primeiro aparecimento desta doença fora de África. A maioria esteve em contato com cães domésticos, infetados por roedores africanos importados.

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