“O fim da pandemia de covid-19 está à vista, mas enquanto África estiver muito atrasada em relação ao resto do mundo na garantia de uma proteção generalizada, existe uma lacuna perigosa que o vírus pode explorar para voltar com mais força”, advertiu a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, numa conferência de imprensa.
“A maior prioridade é proteger as nossas populações mais vulneráveis dos piores efeitos da covid-19”, acrescentou Moeti, que passou em revista as principais preocupações da organização com a saúde em África, entre as quais está também a pólio.
Apesar de estar longe de atingir o objetivo global de proteger 70% da população, com apenas três países africanos nesse grupo, o impacto da covid-19 na saúde é cada vez menor no continente.
“Somos agora vítimas do nosso próprio sucesso; como as vacinas ajudaram a reduzir o número de infeções, as pessoas já não têm medo da covid-19 e muito poucas estão dispostas a ser vacinadas”, acrescentou Moeti na conferência de imprensa.
A África registou até agora mais de 12 milhões de infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, das quais mais de 255.900 resultaram em mortes, de acordo com os últimos dados divulgados hoje pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África).
Na sua intervenção, Moeti lembrou também que até 16 de outubro, apenas 24% da população do continente tinha completado a sua série de vacinação primária, em comparação com 64% de cobertura a nível mundial.
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