Portugal Continental está a ser atingido desde quinta-feira por um fenómeno de concentração de poeiras do deserto do Saara na atmosfera que se deverá manter até sábado.
"A concentração de poeiras prevista é muito inferior à ocorrida na semana passada, podendo ser caracterizada como um episódio normal, com intensidade semelhante aos que ocorrem com alguma frequência sobre os céus da Península Ibérica", relatam as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
É a segunda vez no espaço de uma semana que Portugal atingido por poeiras africanas. Segundo o IPMA, o fenómeno poderá agora ser "mais notório entre o final de dia 24 e o início do dia 26 de março".
Aguaceiros podem dissipar concentração
"Os aguaceiros previstos para os próximos dias irão ajudar a reduzir a concentração de poeiras junto à superfície, tornando este episódio pouco visível em diversas zonas do país", refere uma nota do IPMA. "Esta situação é promovida pela circulação em altitude, em que temos um fluxo do norte de África originado por uma depressão localizada a sudoeste do território do Continente", acrescenta.
"A depressão irá deslocar-se progressivamente para leste, levando à alteração do padrão de circulação, de tal forma que no dia 26 de março a concentração de poeiras será já muito baixa e poder-se-á considerar este episódio concluído", conclui.
Segundo um retweet do Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus), é possível observar que outros países europeus estão também a ser atingidos pelo fenómeno.
Efeitos na saúde humana
A Direção-Geral da Saúde (DGS) referiu na semana passada que as poeiras africanas podem ser nocivas para o ser humano. "Este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações", indica. [Ver conselhos na caixa]
Os especialistas da Sociedade Portuguesa de Pneumologia também lançaram um alerta na semana passada devido às mais recentes alterações do ar atmosférico sentido em Portugal, com recomendações específicas para os doentes asmáticos que devem reforçar a terapêutica SOS.
"Apesar de, aparentemente, não representarem perigo de desenvolvimento de doença alérgica, as poeiras provenientes de África que turvam a atmosfera em todo o território nacional podem ser um fator de agravamento dos sintomas em pessoas que sofrem de patologias alérgicas", acrescentaram os médicos da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.
Nesse sentido, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica reforçou algumas medidas que podem ajudar a prevenir o desconforto respiratório, assim como do nariz e olhos:
- Mantenha uma boa adesão ao tratamento da sua doença alérgica. Tome a sua medicação nas doses e horários prescritos pelo seu médico;
- Evite passar muito tempo no exterior e, sobretudo, não pratique exercício físico ao ar livre;
- Mantenha as janelas fechadas, evitando a entrada de poeiras em casa;
- Na rua, use máscara, de preferência, do tipo FPP-2 para proteger o nariz e a boca;
- Se tem desconforto ocular e/ou nasal, aumente a regularidade da limpeza dos olhos e/ou nariz com soro fisiológico;
- Caso sinta um agravamento muito intenso dos sintomas, fale com o seu médico.
Comentários