O módulo dedicado aos prestadores de cuidados de saúde com internamento do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), desenvolvido pela ERS, abrange atualmente 158 estabelecimentos de saúde, mas apenas 122 obtiveram classificação na dimensão Excelência Clínica. Destes, 96 (79%) conseguiram a atribuição da estrela correspondente ao primeiro nível de classificação.
Os dados indicam ainda que, relativamente ao anterior ciclo de avaliação, divulgado em outubro de 2018, foram menos os hospitais que cumpriram todos os critérios, mas o relatório refere que tal diferença se deve ao facto de ter aumentado o número de prestadores que não enviaram informação necessária por causa da transição do sistema de codificação.
Os resultados hoje divulgados envolveram a avaliação nas dimensões de Excelência Clínica, Segurança do Doente, Adequação e Conforto das Instalações, Focalização no Utente e Satisfação do Utente.
Na dimensão Excelência Clínica a avaliação reporta-se à informação sobre episódios de internamento com alta compreendida entre 01 de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2017, refletindo dessa forma o desempenho anual dos prestadores de cuidados envolvidos.
Vinte e cinco hospitais não obtiveram “estrela” por não terem fornecido os elementos necessários para a avaliação e em uma unidade não foi possível aferir o cumprimento com os parâmetros de qualidade exigidos.
No âmbito da dimensão Excelência Clínica são avaliadas as áreas de Angiologia e Cirurgia Vascular, Cardiologia, Cirurgia de Ambulatório, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Geral, Cuidados Intensivos, Cuidados Transversais, Ginecologia, Neurologia, Obstetrícia, Ortopedia e Pediatria.
Ainda na dimensão Excelência Clínica, a ERS dá conta de uma melhoria global do cumprimento de alguns dos indicadores de associados a diferentes áreas cirúrgicas, nomeadamente nos relacionados com a administração da antibioterapia profilática dentro do período desejavel e a seleção da antibioterapia profilática adequada, assim como com a sua interrupção.
Na área da Ginecologia, o documento relativo à primeira avaliação de 2019 do módulo Hospitais do SINAS aponta uma melhoria nos valores médios dos indicadores que avaliam a prescrição adequada da profilaxia do tromboembolismo venoso e a sua administração no período temporal desejável.
O relatório sublinha ainda que, ao longo dos anos, se verificou “um aumento gradual do desempenho médio” em vários indicadores avaliados, alguns dos quais já com “patamares elevados de cumprimento (entre os 90% e os 100%)” em áreas como a Ortopedia, a Ginecologia, a Cirurgia do Cólon, a Cirurgia de Revascularização do Miocárdio, a Cirurgia Cardíaca, a Cirurgia de Ambulatório, o Enfarte Agudo do Miocárdio, o Acidente Vascular Cerebral, a Obstetrícia e Unidade de Cuidados Intensivos.
Na dimensão Segurança do Doente – Procedimentos de Segurança, a tendência de classificação no primeiro nível de avaliação foi sempre crescente desde 2012 até 2015. Em 2019, acederam à avaliação em rating 97 (61%) dos prestadores voluntariamente avaliados.
Já no segundo nível de avaliação, em 2019 o número de prestadores classificados com o rating mais elevado representa 71% dos avaliados (69 prestadores), superior ao ano de 2017, no qual 64% dos prestadores ficaram neste nível de classificação
Na dimensão Adequação e Conforto das Instalações, a percentagem de prestadores que cumpriram todos os parâmetros de qualidade exigidos no primeiro nível de avaliação atingiu o máximo em 2015.
Desde 2016 que se verifica um decréscimo do número de prestadores que conseguem aceder ao rating. Em 2019, 107 prestadores (68%) dos 158 avaliados conseguiram ultrapassar o primeiro nível de avaliação (atribuição da estrela).
No segundo nível de avaliação o número de prestadores com rating nível de qualidade III esteve sempre acima dos 50% desde que se iniciou a avaliação desta dimensão, com exceção do ano de 2017. Em 2019, cresceu o número de prestadores classificados com o rating mais elevado, que representa 67% dos avaliados.
Na dimensão Focalização no Utente, que avalia o grau de orientação dos serviços de saúde para as necessidades e expectativas dos utentes e seus acompanhantes, o número de prestadores que obteve uma estrela no primeiro nível de avaliação em 2019 manteve a tendência decrescente e fixou-se em 115 (73%).
Já quanto ao segundo nível de avaliação, o número de prestadores com rating de nível de qualidade III esteve sempre próximo dos 50% dos prestadores avaliados, sendo que em 2019 atingiu os 60% de prestadores (69 prestadores). Por fim, e quanto à dimensão Satisfação do Utente (onde apenas se afere da existência de uma cultura de avaliação da satisfação dos utentes), 128 prestadores (81%) afirmaram realizar inquéritos de satisfação dos seus utentes.
Por outro lado, quase 70% das queixas na saúde dizem respeito a unidades públicas, mas as quatro parcerias público-privadas têm 9% das reclamações, muito acima de todos os prestadores do setor social.
Os tempos de espera no local de atendimento representaram um quarto das queixas dos utentes no setor na saúde no ano passado, sendo o tema mais mencionado nas reclamações.
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