Esta campanha decorre de um protocolo assinado com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) em outubro e vai abranger 20 estabelecimentos prisionais, num total de cerca de 3.830 reclusos (homens e mulheres), adiantou a LPCC em comunicado.
Segundo a liga, os rastreios aos reclusos com 40 ou mais anos consistem numa consulta com um médico dentista, que permitirá identificar casos suspeitos ou lesões pré-malignas, que serão encaminhadas para acompanhamento no Serviço Nacional de Saúde.
“A realização de um projeto-piloto de rastreio ao cancro oral, recentemente promovido pela LPCC no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), foi o ponto de partida para a identificação da necessidade de estender o rastreio ao resto do país”, referiu.
Dados da LPCC indicam que o cancro oral, identificado com um conjunto de tumores malignos que afetam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta, é o sexto mais comum em todo o mundo e corresponde a cerca de 2,8% de todas as neoplasias, sendo mais frequente nos homens acima dos 40 anos.
“Face à experiência que tivemos no EPL, com elevada participação dos reclusos, e onde foram detetados uma lesão maligna e duas lesões pré-malignas, a LPCC decidiu estender o rastreio a outros estabelecimentos prisionais do país, com o apoio da DGRSP”, adiantou o presidente da liga Francisco Cavaleiro de Ferreira, citado no comunicado.
A maior parte da população reclusa é do sexo masculino (cerca de 93%), sendo que 52% tem idade igual ou superior a 40 anos, com elevada prevalência de consumo de tabaco, um dos principais fatores de risco para o cancro oral, em conjunto com o álcool.
“O índice de mortalidade do cancro oral é elevado, pois por norma é assintomático e o diagnóstico precoce e a realização de rastreios a única forma de obter um melhor prognóstico quer para o tratamento, quer para a sobrevida”, salientou ainda a LPCC, uma associação privada criada em 1941.
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