O aparelho foi criado por uma equipa da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, num estudo publicado na revista da Academia Nacional de Ciências.

Desenvolvido por Pak Kin Wong, professor de engenharia biomédica e mecânica, o dispositivo utiliza micro-tecnologia para capturar células de bactérias que em seguida podem ser analisadas num microscópio eletrónico.

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O dispositivo permite aos médicos determinar, em apenas 30 minutos, as bactérias presentes e a sua reação ao tratamento com antibióticos, evitando a esperas de dias pelos resultados de laboratório.

"Atualmente, prescrevemos antibióticos mesmo sem saber se há bactérias presentes", destacou Wong à AFP. "Esta é uma das coisas que queremos resolver: determinar rapidamente a existência de uma infeção bacteriana".

Método inovador

Os investigadores dizem que além de determinar a presença da bactéria, o dispositivo poderá revelar o seu tipo, se suas células são esféricas, alargadas ou espirais.

Para já "este dispositivo determina a existência, mas não o tipo de bactéria que é", admite Wong. "Mas estamos a trabalhar num enfoque molecular complementar que nos permita identificar as espécies", assevera.

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Após encontrar a bactéria, a mesma é exposta a antibióticos para determinar a sua resistência.

"As infeções urinárias são as infeções bacterianas mais comuns, mas 75% dos testes de urina enviados a laboratórios dão negativos. Descartar ou confirmar rapidamente a presença de bactérias em uma concentração clinicamente relevante melhorará de maneira drástica o atendimento ao paciente", explica.

A expectativa é poder comercializar o dispositivo no prazo máximo de três anos.

O uso excessivo de antibióticos é uma das causas comprovadas do desenvolvimento de resistências a fármacos.

Alerta da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem avisado que o consumo excessivo e o subconsumo de antibióticos são as principais causas de resistência antimicrobiana e do aparecimento de "superbactérias" mortais.

"Sem antibióticos eficazes e outros antimicrobianos, perderemos a nossa capacidade de tratar infeções generalizadas como pneumonia", alertou Suzanne Hill, chefe da unidade de medicamentos essenciais da OMS.

Estas bactérias foram responsáveis pela morte de 33 mil pessoas na União Europeia em 2015, segundo cálculos de cientistas europeus publicados na revista The Lancet Infectious Diseases.