Vinte dos mortos são homens, e três, mulheres. Doze pessoas morreram em domicílio, e duas, na via pública. Nove óbitos foram registados nos centros de saúde.
Dos internados em hospitais da Grande Buenos Aires (periferia), apenas dois se encontram em estado grave, respirando com a ajuda de aparelhos, conforme boletim oficial.
Depois de controlada a emergência sanitária, o foco do caso está agora no depoimento que será prestado nesta sexta-feira pelo principal suspeito detido, Joaquín Aquino, de 33 anos. Conhecido como "El Paisa", é conhecido da polícia como traficante de drogas.
Outros 12 detidos serão interrogados, segundo fontes judiciais citadas pela agência estatal de notícias Télam.
Desde quarta-feira (2), cerca de 200 pessoas compareceram a postos médicos com sintomas graves de intoxicação por uma substância ainda desconhecida, usada na produção da droga, informou o Ministério da Saúde provincial.
Temendo represálias dos traficantes, uma mãe que se identificou apenas como Sandra disse à AFP, em frente ao Hospital Bocalandro: "estou aqui a apoiar o meu filho de 28 anos, de todo coração. Ele é um bom filho. É metalúrgico, mas é dependente. Não sei como ajudá-lo. E moramos muito perto de onde vendem a droga. Temos medo de que nos reconheçam".
"Teria sido uma tragédia maior", afirmou o chefe de gabinete de Buenos Aires, Carlos Bianco, se as autoridades não tivessem conseguido confiscar cerca de 400 doses da cocaína adulterada no assentamento Villa Puerta 8, e quase 20.000 doses, no bairro de Aquino. Ambos ficam na periferia noroeste.
As autoridades admitiram que a substância usada para processar a cocaína ainda não foi determinada, embora se suspeite de "um opiáceo", disse o ministro da Saúde de Buenos Aires, Nicolás Kreplak.
Os governos federal e provincial calculam que, na Região Metropolitana (capital e arredores, onde vivem 13 milhões de habitantes), são vendidas diariamente cerca de 250 mil doses de cocaína.
Desde a década de 1970, a Argentina entrou nas rotas mundiais do tráfico de drogas e tornou-se um local de consumo, mas não de produção, de drogas ilícitas, segundo relatórios do governo.
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